Peru soma prejuízos por derramamento de óleo causado por tsunâmi

24 de janeiro de 2022
peru derramamento de óleo

O vazamento de seis mil barris de petróleo ocorrido na refinaria La Pampilla no sábado (15/1) percorreu mais de 40 quilômetros e atingiu 21 praias do litoral peruano, trazendo graves impactos à vida marinha e à economia local de pesca, ao comércio e ao turismo, informa a Reuters.

Mais de 1,5 mil pescadores artesanais e pessoas que atuam em atividades recreativas e de turismo estão impedidos de trabalhar, informa o Infobae. O presidente peruano Pedro Castillo decretou emergência ambiental na última 5ª feira (20/1). O acesso às praias está restrito devido ao risco à saúde humana, revelou o New York Times.

De acordo com a Associated Press, o vazamento ocorreu quando um navio de bandeira italiana descarregava na refinaria e foi atingido por ondas anormais decorrentes da tsunâmi provocada pela erupção de um vulcão submarino perto de Tonga, a 10 mil quilômetros dali. Autoridades dizem que o óleo atingiu e contaminou 1,7 milhão de m² de solo e 1,2 milhão de m² do oceano.

Pássaros, focas e peixes mortos, cobertos de petróleo, agora fazem parte da paisagem local. De acordo com a ONG Oceana, ouvida pelo El Confidencial, entre as espécies mais afetadas estão a lontra marinha e o pinguim Humboldt, ambas protegidas internacionalmente. O pinguim de Humboldt só é encontrado na costa do Peru e do Chile, e já está na lista de animais ameaçados de extinção da IUCN.

Fontes da Oceana denunciaram a demora de quatro dias para o início das operações de contenção do vazamento. Segundo O Globo, 2,5 km de barreiras de contenção foram instaladas para conter o vazamento.

O jogo de empurra em torno das responsabilidades continua. O governo do Peru instalou um comitê de crise. Autoridades querem cobrar da espanhola Repsol, responsável pela refinaria, as responsabilidades pela “catástrofe” ambiental, diz O Globo. A multa poderá chegar a US$ 34,5 milhões (RS 187 milhões).

A Pampilla é a maior refinaria do Peru, e abastece 54% do mercado local de combustíveis. Uma porta-voz da empresa diz que a Repsol não foi alertada, pela Marinha peruana, do risco de tsunâmi. “Não podemos dizer quem é o responsável”, disse à Reuters. Segundo a empresa, a limpeza deve ir até o final de fevereiro. A Repsol se comprometeu a envolver os pescadores na limpeza das praias e entregar cestas básicas às famílias afetadas, segundo a AP. Ao todo, 840 pessoas estariam envolvidas nas brigadas de limpeza. Especialistas em vazamento de petróleo convocados pela ONU deverão apoiar a operação de limpeza no mar nos próximos dias. As notícias foram repercutidas também por Folha, Bloomberg e CNN Brasil.

 

ClimaInfo, 24 de janeiro de 2022.

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