ANEEL aprova limite de US$ 5,3 bi para primeira leva de empréstimos ao setor elétrico

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) definiu nesta 3a feira (15/3) como se dará o plano de empréstimos do governo federal às empresas do setor elétrico afetadas pela crise energética do ano passado. De acordo com os reguladores, os empréstimos serão divididos em duas partes, sendo que a primeira será de até R$ 5,3 bilhões, à vista. A segunda parte, estimada em R$ 5,2 bilhões, ainda passará por análise da ANEEL e consulta pública.

O valor inicial cobrirá o saldo negativo das bandeiras tarifárias que não arrecadaram o suficiente (R$ 540 milhões), o custo do bônus pago aos consumidores que economizaram energia (R$ 1,68 bilhão), a postergação de cobranças pelas distribuidoras (R$ 2,33 bilhões) e a importação de energia entre julho e agosto de 2021 (R$ 790 milhões). O dinheiro será levantado pelas empresas com bancos públicos e privados e a conta final, com juros, será custeada pelos consumidores a partir de novos encargos na conta de luz que começarão a ser aplicados no próximo ano. CNN Brasil, Estadão e g1 deram mais informações.

Enquanto o setor elétrico ganha um fôlego, os consumidores quebram a cabeça para pagar uma conta de luz cada vez mais alta. O cenário de curto prazo não ajuda: mesmo com a melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas, as usinas termelétricas seguem ativas, especialmente no sul do Brasil, o que implica em um preço mais salgado da energia para o consumidor. Além das térmicas, a bandeira da escassez hídrica, criada pelo governo federal no ano passado para reduzir o consumo, seguirá pelo menos até abril. O Valor abordou o cenário e destacou como os brasileiros conviverão com a energia elétrica mais cara por mais tempo.

Em tempo: No Valor, Camila Souza Ramos contou sobre o interesse da União Europeia em apoiar a transição energética para o carbono zero no Brasil. Como parte de seu Green Deal, a UE criou em 2020 a plataforma Low Carbon Business Action, que pretende aproximar empresas de tecnologia de pequeno e médio porte da Europa com clientes brasileiros em potencial, especialmente aqueles interessados em investir na transição energética, na economia circular e na mitigação das mudanças climáticas.

 

ClimaInfo, 16 de março de 2022.

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