Massacre de civis na Ucrânia intensifica pressão por boicote a combustíveis russos na Europa

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A crise diplomática entre Ocidente e Rússia se intensificou no último final de semana, depois de tropas ucranianas liberarem a cidade de Butcha, nos arredores de Kiev. O governo da Ucrânia divulgou imagens chocantes de corpos de civis executados e abandonados nas ruas e enterrados em covas rasas. A principal suspeita é de que eles tenham sido executados por soldados russos durante a retirada das tropas invasoras da região um mês depois do começo da guerra.

Na Europa, a brutalidade observada em Butcha gerou pressão adicional da opinião pública por novas sanções contra o governo russo. Até mesmo países como Alemanha e Itália, que estavam reticentes quanto a medidas que pudessem afetar o fornecimento de energia fóssil russa para o mercado europeu, reconheceram publicamente a possibilidade de um boicote – ainda que parcial – às compras de petróleo e carvão da Rússia. A disposição dos europeus contra os combustíveis fósseis russos, no entanto, ainda é pequena no que diz respeito ao principal deles para o mercado da UE – o gás natural.

Enquanto isso, a Lituânia confirmou que interrompeu totalmente o consumo de gás natural russo, o primeiro membro da UE a fazer isso. De acordo com a Bloomberg, o mercado lituano substituirá o gás russo por alternativas dos Estados Unidos e da Noruega. “Caros amigos da UE, desliguem [o encanamento do gás russo]. Não sejam cúmplices”, escreveu o ministro do exterior da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, em sua conta no Twitter.

Bloomberg, Financial Times, O Globo, Reuters e Wall Street Journal repercutiram a reação ocidental ao massacre de Butcha e seus potenciais efeitos no mercado energético europeu.

Em tempo: A invasão à Ucrânia intensificou os esforços do governo Putin para controlar a sociedade russa e destruir qualquer resistência ou oposição ao seu projeto político de poder. Um dos reflexos disso está no ativismo climático, diretamente prejudicado pelas novas leis que endureceram as penas para cidadãos russos que se manifestem contra o governo de um dos maiores produtores de combustíveis fósseis do mundo. O NY Times abordou as dificuldades enfrentadas pelos ativistas climáticos russos com o cerco do Kremlin.

 

ClimaInfo, 5 de abril de 2022.

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