Corrida por carros elétricos gera preocupação com escassez de baterias e chips

Ford carros elétricos
Sylvia Jarrus for The New York Times

O aumento da demanda por carros elétricos em mercados na Europa, nos Estados Unidos e na China está precipitando um cenário de escassez de suprimentos de baterias, alertou o diretor-presidente da Rivian Automotive, Robert Scaringe. Isso agrega mais um risco ao futuro da cadeia de abastecimentos do setor no curto prazo, que já sofre com a falta de semicondutores e chips desde o ano passado.

Além da demanda alta, o executivo ressaltou que a oferta desses materiais não está crescendo no ritmo necessário para que o mundo avance com essa tecnologia ao longo desta década, um ponto crucial para facilitar as metas climáticas globais até 2030. “Simplificando, toda a produção de células do mundo combinada representa bem menos de 10% do que precisaremos em dez anos”, disse Scaringe, citado pela Bloomberg. “Isso significa que de 90% a 95% da cadeia de suprimentos não existe”. O Valor publicou uma tradução da reportagem.

A Rivian se notabilizou no mercado norte-americano nos últimos anos, com foco específico em caminhões e SUVs elétricos. Em 2020, a empresa chegou a arrecadar quase US$ 12 bilhões em uma oferta inicial de ações (IPO), o que elevou brevemente sua avaliação financeira acima de gigantes como General Motors e Ford. Por isso, os investidores do setor costumam olhar com detalhes o desempenho da Rivian – e, certamente, essa fala levantará algumas dúvidas no mercado financeiro.

Por falar em Ford, o NY Times fez um balanço do trabalho do CEO da empresa, Jim Farley, que assumiu o comando da gigante norte-americana com foco em desbancar a Tesla e a Volkswagen na corrida internacional pelos carros elétricos. Uma prioridade do executivo foi tentar compensar uma das vantagens da companhia de Elon Musk – o desenvolvimento de softwares. Outro alvo tem sido a fabricação de motores e eixos próprios, ao invés de comprá-los de fornecedores, o que é visto como uma maneira de a Ford acumular mais valor na busca por uma fatia maior do mercado elétrico. O Estadão também publicou uma tradução desta matéria.

 

ClimaInfo, 19 de abril de 2022.

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