Instabilidade climática no campo deixa seguradoras no vermelho

20 de abril de 2022
seguradoras Brasil riscos climáticos
Pixabay

O vai-e-vem imprevisível do clima nas lavouras brasileiras está cobrando seu custo para as seguradoras. Números destacados pelo Valor apontam que a sinistralidade do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural passou de 84% em 2020 para 125% em 2021, o maior índice desde 2015. Os desembolsos com sinistros somaram R$ 5,4 bilhões, acima dos R$ 4,2 bi que entraram no caixa das seguradoras, deixando-os no vermelho.

No ano passado, 121,2 mil produtores rurais buscaram o seguro rural, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, sendo que mais de ¼ desse total foi atendido pelo programa pela primeira vez. O governo gastou quase R$ 1,2 bilhão em subsídios para mais de 60 culturas e atividades, com destaque para a soja, o milho de segunda safra e o trigo.

Por falar em seguros, Antônio Penteado Mendonça escreveu no Estadão sobre os desafios que as empresas do setor já encaram por conta da intensificação da crise climática e da multiplicação de eventos desastrosos associados ao clima. Nos países ricos, onde a prática do seguro é mais corrente, essa questão ganhou força depois da pandemia e dos repetidos episódios de tempestades, inundações, incêndios florestais e seca na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, nos países em desenvolvimento, onde a indústria dos seguros é menos demandada, o debate ainda está incipiente, o que nos leva a um paradoxo: a despeito de serem mais pobres e mais vulneráveis à crise climática, a maioria esmagadora da população desses países arca sozinha com os custos dos desastres climáticos que ocorrem em suas comunidades.

Em tempo: Uma análise do Observatório de Bioeconomia da FGV concluiu que a adesão da agropecuária ao mercado voluntário de créditos de carbono pode trazer benefícios financeiros para o setor. O estudo destacou também o potencial de participação do agro nos projetos de créditos de carbono no Brasil: o mercado nacional ainda é dominado por projetos na área de energia (63%), mas os de agricultura, floresta e outros usos da terra, que representavam 25% do total no ano passado, geram mais créditos. A notícia é do Valor.

 

ClimaInfo, 20 de abril de 2022.

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