Com crise na Rússia, fracking norte-americano encontra novo mercado na Europa

EUA exportação gás fracking
Mark Felix/Bloomberg

As tensões entre Rússia e União Europeia, causadas pela invasão do regime de Vladimir Putin à Ucrânia, abriram um mercado inesperado para a indústria do gás de xisto dos Estados Unidos. Com os governos europeus pressionados a restringir as importações de gás natural russo, o governo norte-americano tem se mobilizado para oferecer a eles uma fonte alternativa, o que tem animado empresas que exploram o gás de xisto na enorme Bacia do Permiano, no sul dos EUA. Mas, como observou a Bloomberg, os impactos ambientais associados à operação da indústria do fracking nos EUA ainda representam um obstáculo na busca pelos consumidores europeus. Por isso, algumas empresas reforçaram medidas de mitigação, como o monitoramento e a obstrução de eventuais vazamentos de metano para a atmosfera.

Outro desafio é a infraestrutura necessária para levar o gás norte-americano para o mercado europeu: diferentemente do gás russo, que vem direto das áreas de exploração por gasodutos, o combustível dos EUA é liquefeito antes de ser transportado por navios-tanque até a Europa, o que exige terminais e reservatórios nos portos de embarque e desembarque. O Financial Times também destacou essa questão.

Enquanto o gás norte-americano não chega, os países europeus estão vasculhando em suas gavetas para achar fontes alternativas à Rússia no curto prazo. O governo da Dinamarca anunciou nesta 3ª feira (19/4) um plano de contingência energética para ampliar a produção de gás natural no Mar do Norte em 25%. Ao mesmo tempo, a geração por fontes solar e eólica também será priorizada, com o objetivo de quadruplicar o número de plantas geradoras até 2030. AFP (via UOL) e Reuters deram mais informações.

 

ClimaInfo, 20 de abril de 2022.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.