Especialista critica leilão emergencial de termelétricas durante crise hídrica

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Terciotti

A suspensão da cobrança extra na tarifa elétrica e a volta da bandeira verde nas contas de luz dos brasileiros levantaram dúvidas sobre a estratégia do governo federal para enfrentar os reflexos da crise hídrica no setor em 2021. Uma das medidas tomadas pelo governo no ano passado, na esteira da crise, foi a contratação emergencial de usinas termelétricas por meio de leilão simplificado, com operação prevista para seguir até a segunda metade do próximo governo, em 2025, a despeito da energia mais cara.

Para Rui Altieri, presidente do conselho de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), faltou ao governo paciência para esperar por mais certeza quanto às chuvas do verão antes de contratar uma energia mais cara que a hidrelétrica por um período prolongado de tempo. “Quando contratamos essa energia, estávamos na fronteira do período úmido. Acho que deveríamos ter esperado um pouco mais. Talvez se a contratação tivesse sido 30 ou 40 dias depois, a situação seria diferente tanto em preço quanto em volume”, disse Altieri, citado pelo Valor.

Essa percepção fica mais evidente quando consideramos que nem todos os projetos termelétricos contratados pela União no ano passado conseguiram iniciar a operação no prazo previsto inicialmente. “A crise hídrica já passou, a geração está tranquila, mas o custo vai perdurar”, concluiu o executivo.

Em tempo: A Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde está lançando um programa de inovação que busca startups, instituições sem fins lucrativos e empreendedores com soluções potenciais para alavancar o desenvolvimento deste combustível limpo. A primeira chamada do programa tem inscrições abertas até 22 de abril. O Valor deu mais informações.

 

ClimaInfo, 20 de abril de 2022.

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