ONU: meta de aquecimento de Paris pode ser perdida em cinco anos

10 de maio de 2022
meta 1 grau e meio 5 anos
Chesnot/Getty Images

Nunca estivemos tão próximos do cenário de aquecimento mínimo estabelecido pelo Acordo de Paris como limite para este século. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU, é grande a probabilidade de que o aumento da temperatura média da Terra em 1,5°C com relação aos níveis pré-industriais seja atingido nos próximos cinco anos. Além de inviabilizar o limite mínimo definido pelos países em 2015, o fato de isso acontecer tão cedo também joga bastante incerteza quanto à viabilidade de se limitar o aquecimento global em, no máximo, 2°C até 2100.

De acordo com a análise, feita pelo Serviço Meteorológico do Reino Unido para a OMM, a probabilidade de que os 1,5°C sejam atingidos até 2026 é de 50%. As chances dependerão de como será a trajetória de aquecimento até lá: há uma probabilidade de 93% de que pelo menos um ano entre 2022 e 2026 desbanque 2016 como o mais quente já registrado desde a Revolução Industrial do século XIX. Para os próximos cinco anos, as projeções de aquecimento estão entre 1,1°C e 1,7°C acima dos níveis pré-industriais. Além disso, há 10% de chance de que a média de temperatura nesse período já supere a marca dos 1,5°C.

“O valor de 1,5°C não é uma estatística aleatória. É antes de tudo um indicador do ponto a partir do qual os impactos climáticos se tornarão cada vez mais prejudiciais para as pessoas e, de fato, para todo o planeta”, comentou Petteri Tatalas, secretário-geral da OMM. “Enquanto continuarmos a emitir gases de efeito estufa, as temperaturas continuarão a subir. Além disso, nossos oceanos continuarão a se tornar mais quentes e ácidos, o gelo marinho e as geleiras continuarão a derreter, o nível do mar continuará a subir e nosso clima se tornará mais extremo”.

A análise também trouxe projeções sobre os padrões de precipitação para os próximos cinco anos. Segundo o relatório, os dados sugerem uma chance maior de condições secas no sudoeste da Europa e sudoeste da América do Norte, e condições mais úmidas no norte da Europa, Sahel, nordeste do Brasil e na Austrália. Ao mesmo tempo, a temporada seca (maio a setembro) pode ficar mais intensa na Amazônia.

O alerta da ONU foi destaque em diversos veículos, com manchetes na Associated Press, BBC, CNN Brasil, Deutsche Welle, Financial Times, Guardian, Independent, Reuters, RFI e Washington Post. O Observatório do Clima também trouxe os principais pontos da análise da OMM.

 

ClimaInfo, 11 de maio de 2022.

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