Crise dos combustíveis: novo ministro sinaliza privatização da Petrobras

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Marcelo Camargo / Agência Brasil

Pela enésima vez, o governo federal subiu o balão-de-ensaio de uma eventual privatização da Petrobras, agora como resposta à crise gerada pelos sucessivos reajustes de preço dos combustíveis pela estatal. O novo ministro de minas e energia, Adolfo Sachsida, anunciou que pedirá ao colega Paulo Guedes, da economia, que apresente estudos técnicos para avaliar alternativas para a venda da empresa, junto com a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA). “Tenho uma meta e um norte muito simples. Deixo claro que essa meta, esse objetivo e esse norte foram expressamente apoiados pelo presidente”, afirmou Sachsida em sua primeira fala como ministro na última 4ª feira (11/5). Agência Brasil, CNN Brasil, Estadão, Folha, g1, O Globo e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

O pedido foi muito bem-recebido por Guedes, velho defensor da privatização “de tudo o que está aí” dentro do governo federal. Em um breve pronunciamento ontem (12/5), interrompido pelo bate-boca com sindicalistas na porta do ministério, o ex-Posto Ipiranga disse que pretende encaminhar “imediatamente” os estudos da secretaria especial de parcerias e investimentos para o MME. O Globo, UOL e Valor destacaram o entusiasmo de Guedes. Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, já sinalizou que não vê espaço para a proposta de privatização da Petrobras progredir no curto prazo. “Não considero que esteja no radar ou na mesa de discussão neste momento a privatização da empresa porque o momento é muito ruim para isso”, alertou Pacheco, citado pelo Valor.

“Se tivesse de fato objetivo de privatizar a estatal, a proposta poderia ter sido colocada em pauta no primeiro dia de governo e não às vésperas da eleição”, comentou Gerson Camarotti no g1. Na mesma linha, Míriam Leitão assinalou n’O Globo que a proposta não passa de uma “bravata” do presidente para aliviar a pressão política pela alta dos combustíveis. “Sachsida sabe que não vai fazer. Cria-se mais uma cortina de fumaça em torno do presidente que usa o preço do combustível para fazer uma preparação para o palanque”.

 

ClimaInfo, 13 de maio de 2022.

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