Em 2021 o Brasil enfrentou a pior crise hídrica dos últimos 90 anos, ela é parte da crise climática global e está também conectada ao desmatamento da Amazônia. Para lidar com o risco de racionamento de energia decorrente da mesma, o governo federal elegeu uma solução majoritária: a contratação de termelétricas fósseis, especialmente as movidas a gás natural. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema, a geração das térmicas a partir da queima do gás natural aumentou cerca de 63% em 2021 em comparação com 2020. Ou seja, somos hoje mais dependentes do Gás Natural Liquefeito (GNL) e, portanto, das flutuações do complexo mercado desta commoditie. Mas, afinal, o que leva um país que tem sol e vento em abundância a vincular porcentagem significativa de sua geração de energia em um produto que depende de importação, cujo não temos a menor gerência do ponto de vista da oferta e dos preços? Além da questão da segurança no processo de produção, que passa, entre outras coisas, pela autonomia, sabemos que a geração de energia através da queima de combustíveis fósseis é ambientalmente predatória e agrava ainda mais a crise climática global. Mas os aspectos negativos não param por aí, apostar em termelétricas a gás também tem um aspecto social devastador, uma vez que encarece a conta de luz dos brasileiros, aprofundando o abismo social já inaceitável no Brasil. Sobre os pontos levantados acima, chamamos para conversar conosco hoje o Sr. Luiz Eduardo Barata. O Sr. Barata é graduado em Engenharia Elétrica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado da Guanabara e possui pós-graduação em Sistemas de Potência pela UFRJ e MBA também pela UFRJ. Assumiu a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia (MME) a partir de maio de 2015. Foi Superintendente e Presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), de 2010 a 2015. Foi Diretor de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS no período de maio de 2004 a maio de 2010. Atuou como Conselheiro de Administração do Mercado Atacadista de Energia (MAE). Anteriormente, exerceu funções gerenciais e técnicas na Eletrobras, em Itaipu e em Furnas. Luiz também foi diretor geral da ONS.
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O ClimaSemFake é um programa de entrevistas do Instituto ClimaInfo. Toda semana, a equipe do ClimaInfo entrevista pessoas com muita propriedade em diversos assuntos relacionados a pauta socioambiental e climática. Em tempos de informações rasas, leituras apenas de manchetes e muita “fake news”, vamos nos aprofundar?
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