O verão chegou chegando no Hemisfério Norte. Depois de um mês de maio anormal – Portugal, por exemplo, registrou a maior temperatura para o período em 92 anos -, agora é uma onda de calor histórica que se espalhou do norte da África para a maior parte da Europa Ocidental.
Índices recordes para a época foram registrados na Alemanha, na França e na Suíça nesta semana, com termômetros marcando entre 36,9ºC e 43ºC. Em Biarritz, no sudoeste francês, foi registrado o maior recorde histórico de todos os tempos e períodos do ano, com 42,9ºC, informa o Valor. Secas e apagões também estão castigando a região.
Não é só a intensidade da onda de calor que está chamando a atenção dos meteorologistas, mas também a precocidade do fenômeno. De acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (WMO), algumas partes da Espanha e da França estão com temperaturas 10ºC acima da média para esta época do ano, quebrando muitos recordes mensais. “Como resultado das mudanças climáticas, as ondas de calor estão começando mais cedo e estão se tornando mais frequentes e mais severas devido às concentrações-recorde de gases de efeito estufa que retêm o calor. O que estamos testemunhando hoje é uma antecipação do futuro”, diz a WMO.
A combinação entre a seca e a onda de calor histórica – a pior em 40 anos – provocou incêndios na Espanha que devastaram 30 mil hectares na semana passada. Aviões jogaram água sobre a parte rural do oeste da Espanha para prevenir que o fogo voltasse a se alastrar, segundo informa a Reuters.
Sevilha, localizada no árido Sul da Espanha, tornou-se a primeira cidade a nomear e classificar ondas de calor, como já ocorre com furacões. No projeto-piloto, foram criadas três categorias, e a população será avisada com até cinco dias de antecedência, sabendo dos riscos à saúde aos quais estará exposta, informa a Reuters. A onda de calor repercutiu na imprensa internacional, como no The Washington Post, por exemplo.
Em tempo: O aquecimento global está alterando até a vida dos amantes do alpinismo no monte Everest, a montanha de maior altitude do mundo. Devido ao degelo, considerado perigoso, o Nepal vai mudar o acampamento-base da trilha para o pico do Everest. Além da mudança climática, também os impactos diretos da ação humana têm afetado a segurança na região. BBC traz os detalhes.
ClimaInfo, 23 de junho de 2022.
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