Maior usina nuclear da Europa volta a sofrer ataques na Ucrânia

Europa maior usina nuclear
Alexander Ermochenko/Reuters

O conflito entre Rússia e Ucrânia no leste europeu segue causando preocupação ao resto do mundo. Agora, além da crise energética e alimentar intensificada pela guerra, a situação da usina nuclear de Zaporizhzhia voltou a causar alerta na ONU e em diversas capitais europeias. Ocupada por tropas russas desde março passado, a usina é a maior em operação hoje na Europa e convive há meses com o fogo cruzado. O governo ucraniano acusou a Rússia de atacar três sensores de radiação na usina, o que resultou também no ferimento de um funcionário ucraniano.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, requisitou ao governo russo o acesso à usina por especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para verificar a situação da planta. “Qualquer ataque a usinas nucleares é uma coisa suicida”, disse Guterres nesta 2ª feira (8/8) em Tóquio, no Japão. “Espero que estes ataques terminem. Ao mesmo tempo, espero que a AIEA possa ter acesso à usina de Zaporizhzhia”. Em resposta, um porta-voz do presidente Vladimir Putin sinalizou que os inspetores serão recebidos na usina e negou a autoria dos ataques.

O Guardian sintetizou os principais pontos de preocupação com a usina de Zaporizhzhia. Além da situação militar em seu entorno e o risco de novos ataques armados à estrutura da usina, teme-se também outros efeitos colaterais do conflito, como a falta de manutenção nos equipamentos e de renovação do pessoal ucraniano que opera a planta. Em termos de vulnerabilidade, especialistas assinalam que os reatores seriam mais resistentes a eventuais ataques por conta de sua proteção de aço e concreto armado; já os edifícios que guardam os estoques de combustível radioativo não contam com proteção semelhante, o que representa um risco maior de causar um vazamento de radiação no caso de um ataque.

AFP, BBC, Bloomberg, CBS News, CNN, Deutsche Welle e Valor, entre outros, repercutiram a preocupação internacional com a usina nuclear de Zaphorizhzhia.

Por falar em energia nuclear, a Reuters abordou a decisão do governo francês de suspender temporariamente algumas regulações ambientais para garantir o funcionamento de cinco usinas nucleares. A França vive uma grave crise hídrica, resultado da pior seca já registrada no país, o que reduziu consideravelmente a disponibilidade de água dos rios para resfriamento das usinas nucleares. Para evitar que elas fiquem sem operação, Paris determinou que essas usinas permanecerão sob funcionamento mesmo se o nível dos rios que abastecem os sistemas de resfriamento atinjam níveis considerados criticamente baixos.

 

ClimaInfo, 9 de agosto de 2022.

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