Aquecimento no Ártico é quase quatro vezes mais rápido do que no resto do mundo

11 de agosto de 2022
Ártico degelo
Hada Ajosenpää / Finnish Meteorological Institute

O impacto da crise climática no Ártico é muito mais forte do que em outras áreas do planeta. Um estudo publicado nesta semana na revista Communications Earth & Environment conclui que a região se aqueceu a um ritmo quase quatro vezes superior à média global nos últimos 43 anos. Na média, a temperatura aumentou cerca de 3ºC neste período, bem acima dos quase 1,2ºC registrados em todo o mundo.

De acordo com o estudo, o aquecimento ártico está mais concentrado nos mares de Brent e Kara, regiões que também registraram taxas rápidas de perda de gelo marinho. A cobertura de gelo é responsável por refletir uma parte importante da radiação solar de volta para o espaço, mas sua ausência faz com que os oceanos árticos absorvam mais calor, criando um efeito de feedback no qual o degelo contribui para aumentar as temperaturas médias. Estimativas anteriores já apontavam para um aquecimento superior à média global no Ártico, mas os autores deste estudo sugerem que as projeções iniciais subestimaram o impacto desse feedback da perda de gelo marinho sobre o ritmo de aquecimento. “Embora a magnitude do aquecimento do Ártico dependa até certo ponto de como a região do Ártico é definida, e pelo período de tempo usado no cálculo, os modelos climáticos subestimam o aquecimento do Ártico quase independentemente de definição”, explicou Mika Rantanen, pesquisador do Instituto Meteorológico Finlandês e autor principal do estudo.

Os resultados desta pesquisa foram destacados por veículos como CNN, g1 e Washington Post, entre outros.

Em tempo: Outro estudo, publicado na revista Nature por cientistas do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, revelou que as geleiras costeiras da Antártica estão liberando icebergs mais rapidamente do que a natureza pode repor o gelo, dobrando as estimativas anteriores de perda da maior camada de gelo do mundo nos últimos 25 anos. O cálculo é de que a massa das plataformas antárticas de gelo tenham se reduzido em 12 trilhões de toneladas desde 1997, o que representa uma área de 37 mil km2, quase do tamanho da Suíça. “A Antártica está desmoronando em suas bordas”, assinalou Chad Greene, principal autor do estudo, à Reuters. “E quando as plataformas de gelo diminuem e enfraquecem, as enormes geleiras do continente tendem a avançar mais rápido rumo ao mar e contribuir para um aumento maior do nível do mar”.

 

ClimaInfo, 12 de agosto de 2022.

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