“Rei da soja” em suspense: o voto de Blairo Maggi e seu impacto na política ambiental

Rei da Soja Blairo Maggi
Valter Campanato/ Agência Brasil

Boa parte do agronegócio torce e trabalha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial de outubro. No entanto, dos nomes estrelados do campo, um se mantém calado até aqui: o ex-senador e ex-ministro Blairo Maggi, maior produtor individual de soja do mundo.

Como Juliana Arini assinalou no site ((o)) eco, Maggi não tem dado demonstrações públicas sobre sua preferência para o Palácio do Planalto – e isso certamente não é acidental.

Maggi tem interesses nos dois candidatos que encabeçam a corrida pela Presidência. Com Lula, o empresário compartilha um histórico de simpatia e proximidade política em seus tempos como governador do Mato Grosso, tendo sido um dos principais nomes do agro a apoiar o governo do então presidente petista. Já com Bolsonaro, a proximidade é mais indireta: familiares e pessoas próximas a Maggi têm dado apoio público ao atual presidente.

Não à toa, o “Rei da Soja” mantém interlocução com os dois campos, por meio do deputado Neri Geller, candidato ao Senado pelo MT em uma aliança com o PT, e por meio do governador Mauro Mendes, candidato à reeleição apoiado por Bolsonaro.

A estratégia é simples: independente de quem ganhe a Presidência em outubro, Maggi e seu entorno querem manter influência sobre o futuro governo, especialmente em questões que interessam ao agronegócio. O problema, no caso, fica no colo de quem contraria esses interesses: os defensores do meio ambiente.

Em tempo: O climatologista Carlos Nobre recebeu na última semana o Certificado e a Medalha de Oficial da Mais Excelente Ordem do Império Britânico, conferido em nome da Rainha Elizabeth II. A honraria é um reconhecimento do Reino Unido ao trabalho de Nobre em prol do meio ambiente, com décadas de pesquisa e contribuições notáveis à ciência climática. A medalha foi entregue pela encarregada de negócios da Embaixada Britânica no Brasil, Melanie Hopkins. “Nobre foi pioneiro em desvendar os impactos climáticos do desmatamento na Amazônia”, afirmou a diplomata no Twitter. “Dediquei minha vida à Amazônia e essa medalha passa também a mensagem da preocupação do mundo com a floresta. É também o reconhecimento da ciência brasileira no mundo”, destacou Nobre. A notícia é do Estadão.

 

ClimaInfo, 22 de agosto de 2022.

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