As autoridades colocaram a província de Sichuan, na região central da China, sob estado de alerta de calor e seca severos, enquanto o rio Yangtze, o mais longo da Ásia e importantíssimo para o sistema hidrelétrico do país, vê seu volume de água cair para níveis históricos.
No domingo (21/8), o governo provincial afirmou que a situação é “particularmente grave”, com o fluxo de água para os reservatórios de Sichuan caindo pela metade, ao mesmo tempo em que a demanda por energia subiu 25% desde o começo do verão. Por conta disso, os parques industriais de Sichuan tiveram sua operação temporariamente interrompida na semana passada, por um período inicial de 15 dias.
Entre as afetadas, estão fábricas de gigantes como Toyota, Foxconn e Tesla. Na capital, Chengdu, importante centro de produção automotiva, as plantas industriais diminuíram suas atividades para quase zero, mantendo apenas atividades de manutenção de equipamentos. Já na metrópole Chongqing, lar de mais de 30 milhões de pessoas, os shoppings tiveram seu período de funcionamento diminuído por causa do racionamento de energia. AFP, Associated Press, Bloomberg, Climate Home, Reuters e Wall Street Journal repercutiram essa notícia.
As chuvas que alimentam a bacia do Yangtze caíram 40% em julho na comparação com o mesmo mês no ano passado. Em algumas áreas, a situação de insegurança hídrica é ainda mais catastrófica: de acordo com o Guardian, mais de 780 mil pessoas precisam de apoio direto do governo para conseguir ter acesso à água, já que seus suprimentos locais secaram totalmente.
A Axios destacou a duração da seca atual na China: pelo menos 70 dias consecutivos sem cair um pingo d’água, um período sem igual nos registros modernos da China ou de qualquer outra parte do mundo. No último domingo, diversas cidades chinesas registraram temperaturas acima dos 40ºC, como Gao (43,5ºC), Jianyang (43,4ºC) e Mianyang (41ºC). Mesmo à noite, a mínima figura na casa dos 30ºC, uma temperatura digna do período mais quente do dia. “Não consigo pensar em nada comparável à onda de calor na China no verão de 2022 em sua mistura de intensidade, duração, extensão geográfica e número de pessoas afetadas”, observou o meteorologista Bob Henson, da Yale Climate Connections.
ClimaInfo, 23 de agosto de 2022.
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