O governo do Paquistão apelou para a comunidade internacional por ajuda para enfrentar o impacto das inundações-relâmpago que se intensificaram no país nesta temporada de chuvas de monção. Desde junho, mais de 910 pessoas perderam a vida por causa de deslizamentos de terra e enchentes causadas pelas fortes e repentinas chuvas.
De acordo com a ministra de mudanças climáticas do país, Sherry Rehman, milhares de paquistaneses estão sem abrigo e os estoques de mantimentos estão esvaziados, com falta de itens de primeira necessidade. “Este é um desastre humanitário induzido pelo clima de proporções épicas”, disse Rehman.
Uma estimativa do escritório meteorológico do Paquistão, citada pela Reuters, indica que a precipitação nacional para o mês de julho foi quase 200% acima da média histórica para o mesmo mês, com os dados parciais de agosto apontando para um cenário parecido. O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estima que cerca de 2,3 milhões de pessoas tenham sido afetadas pelas chuvas no Paquistão desde junho, com a destruição de pelo menos 95,3 mil casas e impactado outras 244,1 mil construções.
Como assinalado pela Bloomberg, as chuvas caem em um momento econômico delicado para o Paquistão. Depois de meses de instabilidade política, que resultou na derrubada do ex-primeiro-ministro Imran Khan, o país experimenta sérios problemas inflacionários. O governo do novo premiê Shehbaz Sharif está negociando com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo para reestruturar a economia paquistanesa.
Associated Press, CNN e TIME, entre outros, também abordaram o impacto das chuvas históricas no Paquistão.
Em tempo: No vizinho Afeganistão, pelo menos 181 pessoas morreram no último mês por causa das fortes chuvas de monção. Segundo um porta-voz do grupo Talibã, que controla o país desde o ano passado, mais de 250 pessoas ficaram feridas como resultado das inundações, enquanto mais de 3 mil casas foram destruídas ou danificadas. A notícia é da Associated Press.
ClimaInfo, 26 de agosto de 2022.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.
