WWF: América Latina lidera perdas de espécies vertebradas nos últimos 50 anos

América Latina perda de biodiversidade
Nay Jinknss / WWF Brasil

Entre 1970 e 2018, o mundo registrou um declínio médio de 68% nas 32 mil populações de espécies vertebradas em todo o planeta, com a América Latina disparada como o continente com o maior índice de perda de espécies nesse período – 94% em média. O dado é da nova edição do relatório Planeta Vivo, lançada nesta semana pelo WWF Internacional.

No Brasil, uma das espécies com redução mais significativa de sua população nas últimas décadas é a do boto amazônico (Inia geoffrensis). Além da contaminação por mercúrio, eles também sofrem com a captura não intencional em redes de pesca e seu uso como isca na pesca de piracatinga. Como resultado, entre 1994 e 2016, houve uma queda de 65% de sua população na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM). Ao todo, mais de mil espécies brasileiras registraram uma redução de sua população nesse período.

De acordo com o relatório, as regiões tropicais vêm assistindo a uma queda acentuada de suas populações naturais. No caso das espécies de água doce, em menos de uma geração houve uma queda média de 83%, o maior declínio entre os grupos de espécies avaliadas. Ele também assinala que os principais fatores para o declínio das populações de vertebrados em todo o mundo são degradação e perda de habitat, exploração, introdução de espécies invasoras, poluição, mudanças climáticas e doenças.

“Estamos enfrentando uma dupla emergência global provocada pelas ações humanas: a das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, ameaçando o bem-estar das gerações atuais e futuras”, afirmou Marco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional. “Estamos extremamente preocupados com esses novos dados que mostram uma queda devastadora nas populações de animais selvagens, em particular nas regiões tropicais que abrigam algumas das paisagens mais biodiversas do mundo”.

A análise foi repercutida por diversos veículos, com manchetes nos Estadão, g1, O Globo e Valor aqui no Brasil, e Bloomberg, Guardian, NY Times e Reuters no exterior.

 

ClimaInfo, 14 de outubro de 2022.

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