Empresa relacionada a filho de Bolsonaro é beneficiada com 18 licenças de mineração em apenas dois dias

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Reprodução: Instagram

Mais uma vez, o filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro é pego em meio ao tráfico de influência no governo federal. O De Olho nos Ruralistas destacou o caso de uma empresa ligada a Jair Renan Bolsonaro que obteve no final de 2021, em apenas dois dias, 18 alvarás para pesquisa de mineração nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.

A maior parte das licenças obtidas “a jato” pela Gramazini Granitos e Mármores Thomazini se concentra em Minas Gerais, mas a empresa também ganhou autorizações para pesquisa mineral no Rio Grande do Norte e no Paraná. Ao todo, a área autorizada é de quase 6,9 mil hectares, sendo que não há dados sobre a extensão de nove dos 18 alvarás.

A empresa é a mesma que em seguida conseguiu uma reunião com o então ministro do desenvolvimento regional, Rogério Marinho, logo depois de presentear o filho “zero-quatro” com um carro elétrico.

A atuação de Jair Renan é alvo de inquérito do Ministério Público Federal e da Polícia Federal desde o ano passado. A principal suspeita é de que o filho do presidente tenha vendido facilidades de acesso a figuras importantes do governo federal e do Distrito Federal em troca de benefícios ou ganhos injustificados. ((o)) eco também repercutiu esta notícia.

Em tempo 1: A Polícia Federal realizou na 3ª feira (25/10) uma operação de combate ao garimpo ilegal na região de Altamira (PA), quando prendeu uma pessoa com quase 1,5 kg de ouro ilegal retirado de Terras Indígenas. A Operação Teia Dourada apura um esquema de exploração e comercialização do ouro entre garimpeiros e empresários do município, que depois repassaram o metal para joalherias de todo o país. Agência Brasil e g1 deram mais informações.

Em tempo 2: Segue a novela do Projeto Autazes, da Potássio do Brasil, que pretende explorar o minério nas proximidades da Terra Indígena Jauary, no Amazonas. De acordo com o Valor, a empresa quer retomar o trabalho ainda em 2022, mas o processo de licenciamento ambiental está suspenso desde 2017, quando o Ministério Público Federal apresentou denúncia por falta de consulta pública informada com as comunidades do Povo Mura que habita a região, além de questionar a falta de demarcação de outras duas áreas indígenas nos arredores do empreendimento. Ainda que a consulta tenha avançado nos últimos tempos, a insistência do governo federal em não avançar com qualquer pedido de demarcação de novas Terras Indígenas está travando a negociação.

 

ClimaInfo, 27 de outubro de 2022.

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