África do Sul sintetiza desafios e possibilidades da transição energética

África transição energética
Kamal Jufri/Greenpeace)

Há um ano, na COP26 de Glasgow, a África do Sul chegou a um acordo que parecia ser a solução para muitos problemas energéticos do país. Países como EUA, Reino Unido, Alemanha e França se comprometeram com o governo sul-africano em fornecer US$ 8,5 bilhões em financiamento para facilitar a transição energética e acelerar o fim do uso de carvão para geração elétrica. 

Para os dois lados, o anúncio trouxe perspectivas positivas. Para os sul-africanos, o dinheiro ajudaria a destravar a adoção de fontes renováveis de energia, dificultada nos últimos tempos pela situação de insolvência da empresa estatal de energia do país, que não consegue obter financiamento no mercado.

Já para os países doadores, o acordo ofereceria um “mapa do caminho” para que outras economias emergentes com energia suja pudessem seguir para acelerar sua transição para fontes renováveis.

Entretanto, o otimismo dos dois lados deu lugar a uma ligeira apreensão. BBC, Bloomberg e Financial Times destacaram as dificuldades práticas enfrentadas pelos sul-africanos no último ano para aprovar o acordo de transição energética com os parceiros ricos. Em termos jurídicos, o governo do país conseguiu seu OK formal no último mês, o que deu autorização para que as autoridades avançassem na assinatura do acordo.

Mas as incertezas persistem: o que fazer com a indústria carvoeira da África do Sul? Os recursos oferecidos são suficientes para aquilo que se pede? Será que a ajuda dos países ricos pode sair caro no longo prazo para os sul-africanos, com aumento da dívida?

Essas questões também são atentamente acompanhadas por outros países interessados em um acordo similar, como a Indonésia e a Índia. O Climate Home fez um panorama de como as diferentes conversas estão avançando com esses países.

 

ClimaInfo, 9 de novembro de 2022.

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