Crise energética na Europa: Alemanha encara 1ª período frio sem gás russo

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Faltando menos de um mês para a chegada do inverno na Europa, a Alemanha começa a respirar aliviada com suas perspectivas energéticas para o período frio. “A segurança energética para este inverno está garantida”, celebrou o chanceler Olaf Scholz no Parlamento alemão ontem (23/11).

Depois de passar boa parte do ano preocupado com os reflexos do corte de fornecimento de gás natural fóssil pela Rússia, o governo alemão entende que as reservas de combustível obtidas por outras fontes nos últimos meses garantem o mínimo de conforto para as famílias e a economia do país neste inverno.

A BBC abordou o alívio de empresas e consumidores, que vinham se preparando para os piores cenários possíveis, como um racionamento de energia durante o período frio.

Em parte, a garantia dos estoques de gás para o inverno aconteceu depois de o governo alemão gastar às pressas na construção do primeiro terminal de importação de gás natural fóssil liquefeito (GNL) do país no porto de Wilhelmshaven, no Mar do Norte. Já no próximo mês, este passará a receber navios cargueiros de novos fornecedores, como Estados Unidos, Noruega e Emirados Árabes Unidos.

Para o médio prazo, no entanto, a possibilidade da economia alemã se desvencilhar da dependência do gás russo ainda é incerta. Isso porque, como destacou o Washington Post, a Alemanha ainda possui interesses na exploração do combustível russo – e, da mesma forma, a Rússia ainda tem influência entre tomadores de decisão política no vizinho europeu, especialmente no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, no nordeste do país.

Em tempo: Uma semana após anunciar um acordo bilionário para abandonar o carvão para geração de energia, o governo da Indonésia deu sinal verde para a construção de novas usinas termelétricas a carvão. Segundo o Mongabay, as plantas já tinham sido licitadas e constam no planejamento energético do país até 2030; além disso, um decreto deste ano permitiu ao governo autorizar novas usinas termelétricas do tipo “cativas” – ou seja, que não são integradas à rede elétrica e alimentam indústrias específicas.

 

ClimaInfo, 24 de novembro de 2022.

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