Crise energética: proposta de limite a preço de gás irrita países europeus

Europa crise energética
Charly TRIBALLEAU AFP/File

A mais recente proposta da Comissão Europeia para limitar o preço do gás e, assim, diminuir o custo da energia no mercado continental, enfatizou as diferenças dentro do bloco europeu. O consenso geral é de que a medida ainda não dá conta da complexidade do sistema energético e das demandas de cada país.  Mas há também um impasse entre nações que exigem gás mais barato para aliviar as contas domésticas – como Grécia, Espanha, Bélgica, França e Polônia – e nações como Alemanha e Holanda, que insistem em que o abastecimento ficará em risco se um limite impedir a compra do gás acima de um determinado valor.

Para a ministra Miriam Dalli, de Malta, a proposta da CE “não está adequada para o propósito” e carece de elementos mais dinâmicos que permitam considerar as circunstâncias de cada país. “As condições simultâneas que estão sendo impostas tornam improvável ou quase impossível realmente acionar esse mecanismo corretivo”. Já a ministra espanhola, Teresa Ribera, foi mais contundente. “[O projeto] é absolutamente inexequível, ineficiente e fora do escopo. É uma piada de mau gosto”. 

A carestia da energia é reflexo da crise geopolítica entre Europa e Rússia causada pela invasão das tropas de Vladimir Putin à Ucrânia, em fevereiro passado. Por causa das sanções da UE, Moscou determinou uma redução no fornecimento de gás natural aos países europeus, o que os forçou a buscar fornecedores alternativos para garantir os estoques de combustível para o período frio. A alta afetou diretamente o custo de vida dos consumidores europeus, com reflexos negativos na atividade econômica.

AFP, Associated Press, Deutsche Welle, Euronews, Financial Times, Reuters e Wall Street Journal repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 25 de novembro de 2022.

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