Carros elétricos: EUA e Europa tentam superar divergências para conter China

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KAMIL KRZACZYNSKI/REUTERS

O pacote climático aprovado pelos EUA em agosto ainda não foi deglutido completamente pelos líderes políticos da União Europeia. A bronca não está nos planos climáticos norte-americanos em si, mas no subsídio que a Casa Branca está aplicando para impulsionar a compra de veículos elétricos – desde que fabricados no país.

Nesta semana, os dois lados voltaram a discutir esse ponto em uma rodada de negociações comerciais. A União Europeia critica a medida norte-americana, já que ela discrimina os veículos fabricados fora dos EUA. Já o governo Biden entende que a restrição do incentivo aos elétricos nacionais facilita a instalação de novas fábricas de carros elétricos, o que garantirá preços mais baixos aos consumidores no longo prazo.

“A Lei de Redução da Inflação [nome dado ao plano climático dos EUA] está levantando muitas preocupações aqui na Europa, em um cenário muito particular para nossa indústria e economia”, assinalou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, citada pelo Climate Home.

Para ela, a lógica Buy American adotada por Biden e os subsídios à produção podem resultar em um conflito fiscal entre EUA e UE. “Todos nós já ouvimos histórias de produtores que estão pensando em realocar investimentos futuros da Europa para os EUA”.

No entanto, a margem para disputas comerciais transatlânticas é bastante estreita. Isso porque a China segue sendo a principal concorrente, e os dois lados entendem que uma fragmentação política pode beneficiar as montadoras chinesas na corrida pela supremacia no mercado global de veículos elétricos.

O Wall Street Journal ressaltou a situação e os riscos que EUA e UE correm ao se voltarem um contra o outro nessa disputa. Já Bloomberg, Financial Times, Foreign Policy e Reuters, entre outros, destacaram as dificuldades políticas dos dois lados para destravar a tensão.

Em tempo: No Brasil, as vendas de veículos elétricos seguem crescendo em ritmo constante e crescente. Novembro passado fechou como o 2º melhor mês da série histórica; dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicam que os elétricos foram responsáveis por 4.995 emplacamentos no mês passado, um aumento de 42% em relação ao mesmo mês em 2021. No acumulado do ano, foram vendidos 43.658 veículos híbridos, elétricos e híbridos plug-in, um total 24,77% superior ao registrado no mesmo período no ano passado (34.990). A expectativa do setor é fechar 2022 com aproximadamente 47 mil eletrificados novos vendidos no país. A notícia é do Inside EVs (UOL).

 

ClimaInfo, 8 de dezembro de 2022.

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