Com votos de dois democratas, o Senado dos Estados Unidos aprovou nesta semana uma proposta dos republicanos contrária a uma regra do Departamento de Estado de Biden que incentivava gestores de fundos a considerarem questões ambientais, sociais e de governança (ESG) em suas decisões de investimento.
A medida representa uma escalada na “guerra cultural” promovida pela oposição republicana à agenda ESG. Nos últimos meses, estados governados pelo Partido Republicano miraram grandes gestores de investimentos, como BlackRock e Vanguard, acusando as regras ESG de prejudicarem o setor de óleo e gás. Diversos fundos de pensão associados a esses governos retiraram seus investimentos desses gestores.
Entretanto, a resolução aprovada pelo Senado coloca a Casa Branca em rota de choque com o Congresso, inclusive com parlamentares mais conservadores do Partido Democrata. O texto só foi aprovado por conta da adesão de dois senadores, Jon Tester (Montana) e Joe Manchin (Virgínia Ocidental), que se aliaram à minoria republicana na Casa contra o governo.
Biden já sinalizou que deve vetar a medida, o que seria seu primeiro veto legislativo desde que assumiu o governo dos EUA, em janeiro de 2021. Ainda assim, a divisão democrata mostra que nem todos no partido governista estão no mesmo barco quando o assunto é política ambiental e climática.
Entre os republicanos, o ESG virou o “bicho-papão” da vez. A CNBC abordou como aliados do ex-presidente Donald Trump aproveitaram o momento para atacar demandas socioambientais no mercado financeiro. Um dos alvos é o CEO da BlackRock, Larry Fink, que ganhou destaque nos últimos anos por defender uma abordagem mais forte para ESG.A ofensiva anti-ESG nos EUA foi amplamente destacada na imprensa, com reportagens na Associated Press, CNN, Financial Times, NY Times, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post, entre outros.
ClimaInfo, 3 de março de 2023.
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