Banco Mundial defende corte de subsídios agrícolas nos países desenvolvidos em favor da ação climática

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Owen Design/World Bank Group

A transformação do sistema agroalimentar global para o net-zero pode reduzir as emissões em 1/3 e acabar com a fome, de acordo com Banco Mundial. 

Uma nova análise divulgada nesta semana pelo Banco Mundial detalhou diversas ações acessíveis e prontamente disponíveis que podem tornar o abastecimento alimentar mais seguro e resiliente em relação à crise climática, beneficiando especialmente as pessoas mais pobres e vulneráveis.

Uma das medidas seria o redirecionamento de subsídios que hoje beneficiam atividades agrícolas com grande impacto de emissões, como a produção de carne bovina, para cadeias produtivas com emissões mais baixas, como aves, frutas e legumes. Essa mudança, principalmente nos países mais ricos e desenvolvidos, permitiria não apenas uma redução substancial das emissões, mas garantiria o atendimento à demanda por alimentos e o combate à fome.

“Embora a comida na sua mesa possa ser saborosa, também representa uma fatia considerável do bolo das emissões. A boa notícia é que o sistema alimentar global pode ajudar a salvar o planeta, tornando os solos, os ecossistemas e as pessoas mais saudáveis, ao mesmo tempo em que mantém o carbono retido no solo”, afirmou Axel van Trotsenburg, diretor-geral sênior do Banco Mundial.

O Banco Mundial identificou um “menu” de escolhas de ação, dependendo do perfil econômico de cada país. Para os países de rendimento elevado, por exemplo, o relatório sugere o fim dos subsídios de fontes alimentares com emissões elevadas, o que revelaria o seu preço real e ajudaria a tornar as opções alimentares com baixas emissões mais baratas comparativamente.

Já para os países de rendimento médio, a análise recomenda a adoção de técnicas de produção mais eficientes, com o uso sustentável dos solos. Por fim, para as nações de baixo rendimento, o Banco Mundial indica a preservação e a restauração de florestas, o que ajudaria essas economias a ganhar competitividade e sustentabilidade.

“Isso está ao nosso alcance durante o nosso tempo de vida, mas os países devem agir agora, mudando a forma como as nações de rendimento médio utilizam a terra, como as florestas e os ecossistemas, para a produção de alimentos, de forma a reduzir as emissões agro-alimentares em 1/3 até 2030”, destacou van Trotsenburg.

Bloomberg, Euronews, Le Monde e POLITICO, entre outros, abordaram os principais pontos do relatório.

 

 

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ClimaInfo, 8 de maio de 2024.

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