Clima extremo: Peru declara alerta vermelho por fortes chuvas

Peru inundações
REUTERS/Randy Reyes

A passagem do ciclone Yaku causou a morte de pelo menos seis pessoas no Peru nos últimos dias. Chuvas torrenciais causaram grandes transtornos nas áreas do norte do país, como Lambayeque, Piura e Tumbes, atingindo centenas de casas. O governo peruano decretou estado de emergência enquanto tenta levar socorro às regiões atingidas, informa a Reuters. E a situação se agrava ainda mais, devido à crise política vivida pelo país.

Nas cidades costeiras do norte de Trujillo e Lambayeque, os moradores atravessaram por águas até os joelhos, e os carros se arrastaram pelas ruas inundadas. “Minha casa estava cheia de água até a cintura”, disse à Reuters uma mulher, não identificada.

Até mesmo a capital peruana, Lima, onde “quase nunca chove”, segundo o El Pais, foi atingida por Yaku. O alerta na cidade foi dado na semana passada, com chuvas inusitadas que obrigaram os cidadãos a se cobrirem com papelão, improvisar capas de chuva com sacolas plásticas e usar guarda-chuvas. “Lima não está preparada para as chuvas”, declarou a ministra da Habitação, Construção e Saneamento, Hania Pérez de Cuellar.

O ciclone Yaku também foi notícia de Bloomberg, Mongabay e El Comercio.

Já na África, depois de matar centenas de pessoas e desalojar milhares enquanto atravessava Moçambique e Malawi desde o final da semana passada, o ciclone Freddy se dissipou sobre a terra. Contudo, um centro de monitoramento regional alertou que inundações continuam sendo uma ameaça nos dois países.

Freddy matou pelo menos 225 pessoas no sul do Malawi, incluindo Blantyre, centro financeiro do país, de acordo com as autoridades locais. Outras 88 mil pessoas estão desabrigadas.

Em Moçambique, autoridades relatam pelo menos 20 mortes desde que a tempestade atingiu a cidade portuária de Quelimane, na noite de sábado. Mais de 45 mil pessoas ainda estão escondidas em abrigos, com cerca de 1.300 km2 ainda debaixo d’água, de acordo com o sistema de satélites Copernicus, da União Europeia.

Freddy foi o segundo ciclone mais mortal a atingir a África neste século. Em 2019, mostra a Reuters, o ciclone Idai matou mais de 1.000 pessoas, em Moçambique, Zimbábue e Malawi. Segundo a ONU, a redução da mortalidade entre os dois eventos climáticos é resultado de alertas precisos e ações antecipadas, como a distribuição de suprimentos antes da passagem de Freddy.

AP, Bloomberg, Guardian, Reuters, France24, Time, CNN e BBC, entre outros veículos, abordaram a tragédia provocada por Freddy.

ClimaInfo, 16 de março de 2023.

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