Na contramão do mercado, Toyota defende cautela na eletrificação de carros

Toyota carros elétricos
REUTERS / Steve Marcus

Enquanto gigantes do setor automotivo como General Motors, Volkswagen e Stellantis aceleram seus esforços para eletrificar sua frota de carros, a montadora japonesa Toyota mantém uma cautela curiosa. Para a empresa, a ânsia de suas concorrentes na adoção da tecnologia elétrica no lugar dos motores a combustão por gasolina ou diesel pode dificultar a transição do setor para fontes renováveis de energia.

Em conversa com jornalistas durante a cúpula do G7 em Hiroshima, o cientista-chefe da Toyota, Gill Pratt, a escassez de matérias-primas essenciais para a montagem de baterias elétricas é o principal obstáculo para uma adoção generalizada do modelo elétrico pelos consumidores ao redor do mundo.

“Eventualmente, as limitações de recursos acabarão, mas por muitos anos não teremos material suficiente para produzir as baterias e as estações de recarga necessárias para nos basear em uma solução apenas elétrica”, disse Pratt, citado pela Bloomberg. “Levará décadas para minas de material de bateria, instalações de geração de energia renovável, linhas de transmissão e instalações sazonais de armazenamento de energia aumentarem”.

A reticência da Toyota com os carros elétricos não é recente. A despeito de, junto com outras montadoras do Japão, a empresa ter sido uma das pioneiras na tecnologia da locomoção elétrica, a Toyota vem se posicionando com mais cautela em meio ao frenesi da indústria automobilística com a eletrificação de sua frota. Para a empresa, uma abordagem mais inteligente seria uma adoção gradual dos modelos elétricos, com uma oferta maior de opções híbridas ao consumidor. 

A Toyota pretende vender 1,5 milhão de carros elétricos até 2026 e tem como meta reduzir suas emissões pela metade até 2035. No entanto, organizações ambientalistas e até mesmo investidores colocam em dúvida a viabilidade desse objetivo com uma abordagem menos agressiva no mercado de elétricos. Forbes e Reuters também repercutiram as observações de Pratt.

ClimaInfo, 26 de maio de 2023.

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