Êxodo de seguradoras esvazia aliança climática da ONU para o setor

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ASSOCIATED PRESS

Mais dor de cabeça para a aliança da ONU para promover a descarbonização na indústria de seguros. Na última 6ª feira, a Net-Zero Insurance Alliance (NZIA) assistiu a uma verdadeira debandada, com o anúncio da saída de seis empresas do setor, entre elas a gigante Lloyd’s de Londres.

Desde março, a iniciativa perdeu 10 dos 30 integrantes que possuía até o começo do ano. Entre as empresas que deixaram a NZIA, estão as alemãs Allianz e Munich Re, a francesa AXA, a japonesa SOMPO Holdings e a suíça Zurich Insurance Group, todas envolvidas desde o começo do projeto, na COP26 de Glasgow (2021).

O principal fator por trás do êxodo está fora da iniciativa, especificamente nos Estados Unidos: lá, a oposição republicana aos critérios ESG de investimento estão causando problemas políticos e legais para os gestores de ativos, o que poderia dificultar sua presença no maior mercado financeiro do planeta.

O jornal britânico Times destacou uma carta encaminhada pelos procuradores-gerais de 23 estados norte-americanos à NZIA, na qual expuseram “sérias preocupações” sobre os protocolos de definição de metas. Os políticos norte-americanos sugeriram que um acordo entre seguradoras para não fazer negócios com uma empresa poderia constituir um boicote ilegal ou cartel, com o risco de serem processadas pelo governo.

“Esses ataques políticos agora estão interferindo nos esforços independentes das seguradoras para precificar o risco climático, o que prejudicará os segurados, os principais investidores e as economias locais”, disse à Reuters um representante de outra iniciativa da ONU para o setor financeiro, a Glasgow Financial Alliance for Net-Zero (GFANZ).

Financial Times e Forbes também abordaram a debandada de seguradoras da NZIA e as preocupações do setor com a ofensiva anti-ESG nos EUA.

ClimaInfo, 1º de junho de 2023.

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