Montanhistas alertam para impactos da mudança do clima no Monte Everest, o mais alto do planeta

Monte Everest mudança do clima
Lakpa Sherpa/AFP

Setenta anos após a primeira escalada bem-sucedida ao Monte Everest, a montanha mais alta do mundo dá sinais claros de que a crise climática está tornando o desafio ainda mais perigoso.

Especialistas dizem que 2023 provavelmente será um dos anos mais mortíferos já registrados na região, com o clima variável causado pelas mudanças climáticas sendo apontado como uma das principais razões pela morte de até 17 pessoas.

Ao todo, 12 pessoas tiveram a morte confirmada durante as expedições ao Everest nesta temporada. Outras cinco seguem desaparecidas e “presumivelmente mortas”, relata o Guardian, já que nenhum contato foi feito por pelo menos cinco dias em todos os casos, segundo o Himalayan Database, que rastreia fatalidades nas montanhas.

Um alpinista malaio sobreviveu por pouco após um guia sherpa nepalês carregá-lo por seis horas nas costas. Gelje Sherpa estava guiando um cliente chinês ao Everest quando viu o alpinista malaio agarrado a uma corda e tremendo de frio, em uma área conhecida como “zona da morte”, na qual as temperaturas podem cair para -30oC ou menos, detalha o Guardian.

Fontes chinesas e nepalesas explicam que a descoberta de muitos cadáveres, nos últimos anos, mostra como o aumento das temperaturas está derretendo a neve e a cobertura de gelo do Everest, informa a Forbes. A depressão gelada mais alta da montanha, o South Col, perdeu mais de 54 metros de espessura em 25 anos.

Assim, há uma preocupação crescente com o aumento das temperaturas, o derretimento das geleiras e da neve e o clima cada vez mais difícil e imprevisível. A deterioração das condições inquieta não apenas a comunidade de montanhistas, mas também moradores da região, cujo sustento depende do fluxo de visitantes, alerta o PBS.Outro problema envolve os resíduos deixados por montanhistas. Garrett Madison, guia de montanha dos Estados Unidos, que recentemente escalou o Everest e dois picos próximos em menos de três semanas, disse à Reuters que o Nepal precisa policiar a montanha para salvá-la do lixo. Madison contou que os acampamentos mais altos estavam cheios de barracas rasgadas, embalagens de comida e garrafas de oxigênio vazias descartadas pelos alpinistas.

ClimaInfo, 5 de junho de 2023.

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