ABIN aponta envolvimento do garimpo com atos antidemocráticos de 8 de janeiro

ABIN atos antidemocráticos
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Para surpresa de zero pessoas, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) identificou a participação de empresas suspeitas de envolvimento com garimpo ilegal nos atos golpistas de 8 de janeiro passado, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes e o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a Folha, a ABIN encaminhou relatórios à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os episódios de 8 de janeiro, nos quais aponta as conexões entre o garimpo e o golpismo bolsonarista. A partir do levantamento de registros de caminhões e ônibus utilizados pelos criminosos em Brasília, a Agência identificou o CNPJ de uma empresa que tinha sido autuada por crimes ambientais no Pará, no nome de Enric Juvenal da Costa Lauriano. Em 2022, agentes do IBAMA apreenderam uma escavadeira dentro da Terra Indígena Kayapó (PA) que pertencia ao empresário.

Além de emprestar veículos para transportar os golpistas à Brasília, Lauriano também divulgou uma campanha de financiamento via PIX para atos bolsonaristas em Marabá (PA) por meio da chave de uma empresa de informática, cujo dono é Ricardo Pereira Cunha. Ele também é proprietário da Mineração Carajás Ltda. e foi citado pelo terrorista George Washington de Oliveira Souza, que tentou explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília em dezembro.

“Essas conexões evidenciam o vínculo entre a prática de ilícitos ambientais e a atuação de grupos extremistas contrários à eleição para a Presidência da República em 2022, além de permitirem identificar redes de práticas delituosas abrangendo diversas atividades, atores e verbas oriundas da exploração ilegal de recursos naturais”, disse a ABIN em um dos relatórios.

CartaCapital, CNN Brasil, g1 e Nexo Jornal, entre outros, também abordaram essa notícia.

ClimaInfo, 20 de julho de 2023.

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