Cacique Raoni fará evento histórico para fortalecer Luta Indígena

Cacique Raoni Luta Indígena
Wikimedia Commons

A próxima semana será marcada por um evento histórico em defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, ameaçados por constantes pressões de setores econômicos exploracionistas e por parte do Congresso brasileiro. A iniciativa é do cacique caiapó Raoni Metuktire – liderança indígena brasileira conhecida globalmente e que representou os Povos Originários na cerimônia de subida da rampa do Palácio do Planalto na posse de Lula, em 1º de janeiro.

O “Chamado de Raoni” acontecerá de 24 a 28 de julho na aldeia Piaraçu, no Mato Grosso, onde vive o cacique. O encontro terá três dias de conversas entre lideranças indígenas de todo o país. “Precisamos estar unidos e nos fortalecer”, diz Raoni, em entrevista a Daniela Chiaretti no Valor, repercutida por Matheus Leitão, da Veja.

O evento é exclusivo para convidados de Raoni – e são muitos, algo entre 500 a 700 pessoas, destaca o Valor. Segundo a jornalista, a aldeia está em efervescência, com a construção de malocas e até estruturas de palha para quem não se sentir à vontade em tomar banho no rio que banha o local. Os últimos dois dias serão para convidados não-indígenas. É quando Raoni espera que Lula atenda seu “chamado”.

A expectativa do cacique é que o presidente se comprometa com um documento selando a promessa de respeitar os Direitos dos Povos Indígenas. Raoni quer garantir que esses direitos não flutuem de acordo com os interesses dos governantes de ocasião – como no desgoverno do inominável.

Miriam Leitão, n’O Globo, destaca dois marcos em prol dos Direitos Indígenas nesta semana: a Constituição Federal ganhar uma versão em nheengatu, língua oriunda do tupi antigo, e o “Chamado de Raoni”. “Raoni é uma pessoa admirável. É importante lembrar que ele, que foi atacado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na ONU em uma fala estapafúrdia, subiu a rampa com o presidente Lula”, lembra ela.Para Paulo Moutinho e Marcelo Freitas, do IPAM, o encontro é um debate crucial sobre a proteção da Amazônia e o respeito aos Povos Indígenas. Há mais do que o importante simbolismo do inédito evento, escrevem em artigo no Jota: “Mais do que um ato simbólico, o Chamado de Raoni é um grito de sabedoria. Silenciar a voz dos indígenas e não reconhecer os seus Direitos é apagar o passado, esquecer o presente e silenciar o futuro. Se Raoni nos chama, é melhor ouvi-lo.”

ClimaInfo, 20 de julho de 2023.

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