Economistas defendem reforma de bancos de desenvolvimento para triplicar financiamento climático

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Uma análise encomendada pelo G20 e divulgada na última 3ª feira (18/7) trouxe sugestões para a reforma do sistema financeiro internacional de forma a viabilizar mais recursos e apoio à ação climática nos países pobres. A proposta apresenta insumos que serão discutidos por ministros e chefes de estado e governo do grupo nos próximos meses, culminando na cúpula prevista para setembro em Nova Deli (Índia).

O documento foi elaborado por um painel de economistas liderado por Lawrence Summers, ex-secretário do tesouro dos EUA, e NK Singh, que chefia a comissão financeira do governo indiano. De acordo com a proposta, os bancos multilaterais de desenvolvimento precisam criar um novo mecanismo de financiamento, focado especificamente na questão climática, para facilitar a liberação de recursos aos países mais pobres. Outra ideia é triplicar os empréstimos “verdes” até 2030.

A análise indica que os países em desenvolvimento (com exceção da China) precisariam gastar US$ 3 trilhões adicionais anuais até 2030 para cobrir investimentos em ação climática e desenvolvimento econômico. Desse total, a maior parte (US$ 1,8 tri) seria endereçada à infraestrutura, um volume quatro vezes maior em relação àquele gasto em 2019, com o restante indo para outras áreas estratégicas, como saúde e educação.

“O sistema internacional de financiamento do desenvolvimento deve ser projetado para apoiar esses gastos, fornecendo US$ 500 bilhões em financiamento externo oficial anual adicional até 2030, dois quais 1/3 [deveria ser] em financiamento concessional e não-gerador dívida, e o restante na forma de empréstimos oficiais não concessionais”, disse o relatório.

A notícia é da Reuters.

Em tempo: Em carta divulgada no Climate Home, ministros de meio ambiente e clima de 14 países desenvolvidos e em desenvolvimento pediram aos seus parceiros do G20 que priorizem o enfrentamento da mudança do clima em suas conversas, incluindo novos cortes nas emissões até 2030, mais financiamento para ação climática e a eliminação gradual da queima de combustíveis fósseis. “Com cerca de 80% das emissões globais e também 80% do Produto Interno Bruto global, o G20 tem a responsabilidade e a capacidade de alterar o rumo do destino do nosso planeta”, diz a carta.

ClimaInfo, 21 de julho de 2023.

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