Calor na Europa: incêndios se agravam na Grécia e UE envia ajuda

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Reprodução vídeo @hellenicpolice

Os incêndios florestais se intensificaram nesta 4ª feira (19/7) na Grécia, alimentados pelo forte calor que cobre boa parte da Europa nas últimas semanas. A União Europeia enviou quatro bombardeiros de água para ajudar no combate às chamas, enquanto as autoridades gregas estenderam a ordem de evacuação a milhares de pessoas.

A situação é mais grave em Mégara, a cerca de 30 km ao norte de Atenas. De acordo com o Guardian, os incêndios formaram um “paredão” de 4 km de extensão na periferia da cidade de 30 mil habitantes. O governo local correu contra o tempo e conseguiu retirar os moradores das áreas mais próximas do fogo.

Em solo, cerca de 250 bombeiros, soldados e voluntários seguem lutando para conter o incêndio. No entanto, a mudança constante dos ventos está tornando o trabalho muito mais difícil, quase inviável, para os brigadistas. “Os meios aéreos são os únicos que podem atuar e trazer um resultado decisivo. As forças terrestres não podem parar o fogo”, disse o prefeito de Mégara, Grigorios Stamoulis, citado pelo Guardian.

Outros três focos maiores de incêndio estavam ativos na Grécia até ontem à tarde: na região de Loutraki (80 km a oeste de Atenas), onde pelo menos 32 casas foram totalmente queimadas, e nas ilhas de Rodes e Creta. Em todo o país, informou o site POLITICO, foram registrados mais de 123 focos de incêndios florestais desde o começo da semana.

Segundo a Reuters, o serviço meteorológico grego alertou para um risco elevado de incêndios nesta semana, especialmente por conta da chegada de uma nova onda de calor. “As condições são extremas e provavelmente continuarão assim por mais uma semana”, disse Kostas Tsigas, chefe da associação de bombeiros da Grécia. AFP, Associated Press, Bloomberg e CNBC, entre outros, repercutiram os incêndios no país.

A Itália e outros países da bacia do Mediterrâneo também sofrem com o calor intenso. Alertas de calor extremo estão em vigor na maioria das grandes cidades italianas, com as autoridades sanitárias recomendando às pessoas que evitem se expor diretamente ao sol das 11h às 18h.

Enquanto a temperatura máxima em Roma segue perigosamente perto dos 40oC, o calor é ainda mais intenso em outras áreas do país: nas ilhas de Sardenha e Sicília, as máximas registradas nesta 4ª feira foram de quase 47oC. O calor na Itália e em outros países do Mediterrâneo foi destacado pela Associated Press, BBC, NY Times e Sky News, entre outros veículos.

Em tempo: O NY Times abordou uma discussão que tomou a comunidade científica na última semana – será que precisamos nomear as ondas de calor, da mesma forma que fazemos com as tempestades tropicais? Na imprensa europeia, as ondas recentes de calor foram denominadas como Cérbero e Caronte a partir de uma proposição de Antonio Sanò, fundador de um site de meteorologia na Itália. Alguns cientistas já vinham propondo a nomeação das ondas de calor como uma forma de conscientizar o público sobre seus riscos. No entanto, a Organização Meteorológica Mundial (WMO) é contrária à proposta, argumentando que a atribuição de nome pode desviar a atenção do público das mensagens mais importantes, incluindo quem está em perigo e como responder.

ClimaInfo, 20 de julho de 2023.

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