O fim de semana foi marcado por alertas de calor extremo na maior parte do território continental dos Estados Unidos, cobrindo uma área onde vive cerca de 60% da população norte-americana. A onda de calor, que vem puxando para cima os termômetros no sudoeste do país, avançou para o sul e o nordeste, atingindo desde a Flórida até Nova York.
Na última 6ª feira (28/7), o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA emitiu alerta de calor extremo para mais de 190 milhões de pessoas. De acordo com a Reuters, em metrópoles como Chicago e Nova York, as autoridades abriram centros de resfriamento em bibliotecas públicas e centros comunitários para a população mais pobre. Hospitais também reforçaram suas equipes para o atendimento de pessoas com problemas de saúde decorrentes do forte calor.
No sudoeste norte-americano, a situação é mais delicada. A cidade de Phoenix, no Arizona, chegou no último sábado (29/7) ao 30º dia seguido de máximas superiores a 43oC. Para sorte de quem vive nessa região, as temperaturas devem começar a cair um pouco a partir desta 2ª feira (31), com chance de chuva, informou a Associated Press.
Por falar em chuva, o Distrito de Columbia, onde fica a capital Washington, registrou uma forte tempestade na tarde de sábado. Os ventos, que superaram os 135 km/h de velocidade, derrubaram árvores e postes, cortando o fornecimento de energia para dezenas de milhares de residências. O Washington Post deu mais detalhes.
As temperaturas mais altas se refletiram em um aumento significativo na demanda por energia elétrica, utilizada para alimentar equipamentos de ar-condicionado e refrigeração. Operadores da rede elétrica pediram às empresas de energia para adiar operações de manutenção não-emergencial, de forma a manter o fornecimento de energia.
Ironicamente, a demanda maior por eletricidade nos EUA está sendo um bom negócio para a indústria de combustíveis fósseis. O Washington Post noticiou que o mercado norte-americano bateu recordes de consumo diário de gás fóssil para geração energética na semana passada.
Além da energia, a demanda por água também aumentou em virtude do forte calor. Isso tem causado problemas sérios nas cidades ao longo da fronteira sul norte-americana, que convivem há anos com a falta d’água. O NY Times abordou a situação, destacando as dificuldades enfrentadas pelas famílias mais pobres no sul do Texas.
Associated Press, Axios, BBC, CNN, Fox, NY Times e Washington Post, entre outros, também destacaram os efeitos da onda de calor nos EUA.
Em tempo: Os episódios de calor extremo no Hemisfério Norte deixaram alguns brasileiros preocupados com o que pode vir no próximo verão aqui no país. A BBC Brasil conversou com especialistas e trouxe uma notícia ruim e outra bem ruim. A menos ruim? Sendo um país tropical, o calor é mais frequente no clima brasileiro, o que diminui em parte o choque observado nas últimas semanas na Europa e nos EUA, áreas onde as temperaturas na casa dos 40oC são (ou eram) mais raras. A bem ruim? É razoável esperar por episódios de calor mais intenso durante o período quente, com os termômetros ganhando alguns graus centígrados, especialmente no Centro-Sul do país.
ClimaInfo, 31 de julho de 2023.
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