Calor extremo amplia demanda e pressiona rede elétrica nos EUA e Canadá

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As altas temperaturas das últimas semanas registradas na maior parte da América do Norte resultaram em uma explosão na demanda por eletricidade, utilizada principalmente para alimentar equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. Além de ter a energia disponível para atender às necessidades das pessoas, um desafio adicional que reguladores e empresas do setor estão enfrentando neste verão está nos efeitos do forte calor na rede de transmissão e distribuição de energia.

A Bloomberg classificou a combinação de calor extremo e um grid elétrico envelhecido como potencialmente “fatal” e pontuou que ela pode vir a causar problemas graves no futuro, especialmente se não houver um esforço para modernizar a rede e adaptá-la a um clima mais quente. “Os fios e os postes estão envelhecendo, o clima está ficando mais difícil e a população está crescendo”, observou Michael Webber, professor da Universidade do Texas em Austin.

Por enquanto, ao menos nas áreas mais afetadas pela onda atual de calor, especialmente no sudoeste norte-americano, a rede elétrica tem resistido e mantido o fornecimento de energia. No entanto, a maior rede elétrica dos EUA, que atende 65 milhões de pessoas desde a capital Washington até Illinois, alertou na semana passada para o risco de “apagões” por causa do pico na demanda elétrica.

O panorama para as próximas duas semanas é de calor persistente na maior parte dos EUA, informou a Bloomberg. No Arizona, a capital Phoenix interrompeu nesta 2ª feira (31/7) seu recorde histórico de 31 dias seguidos com temperaturas acima dos 43oC, com a máxima ficando pouco inferior a 40oC. Mas o refresco é limitado: os termômetros devem voltar a subir acima dos 43oC até o final desta semana. O NY Times também destacou o “calor infernal” dos últimos dias em Phoenix.

Enquanto isso, incêndios florestais começam a ser observados na costa oeste dos EUA, especialmente na Reserva Nacional de Mojave, nos estados de Nevada e Califórnia. De acordo com o Guardian, o tempo seco e os ventos erráticos dificultam o combate ao fogo, com uma coluna de fumaça atingindo a região de Las Vegas no último domingo (30).

A temporada atual tem sido particularmente tranquila, com poucos incêndios, ainda efeito das chuvas históricas que atingiram o oeste norte-americano no começo do ano. Mesmo assim, meteorologistas indicam que a manutenção do forte calor nessa parte dos EUA pode ocasionar novos focos de incêndio.

ClimaInfo, 1º de agosto de 2023.

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