Dois lados do clima extremo na Europa: enchentes na Escandinávia e incêndios florestais em Portugal

Europa extremos climáticos
montagem Ketut Subiyanto - Genaro Servín / Pexels

Os extremos provocados pelas mudanças climáticas continuam atingindo a Europa. Se antes a tragédia estava concentrada no sul do continente, agora chega ao Norte europeu.

O calor escaldante está voltando ao sul da Europa esta semana, com potencial para temperaturas recordes em partes da Espanha e incêndios florestais atingindo Portugal e Chipre. A Eslovênia está debaixo d’água. Já a tempestade Hans – nomeada pelo serviço meteorológico da Noruega – atingiu a região nórdica, interrompendo o tráfego aéreo, balsas e causando inundações generalizadas. Alertas vermelhos foram emitidos para altos níveis de água nos próximos dias no sul da Suécia.

A zona rural ao redor de Sevilha pode ultrapassar os 44°C na 4ª feira (9/8). A nova onda de calor aumentará o risco de incêndios florestais, depois que as máximas históricas na Catalunha no mês passado foram seguidas por incêndios que devastaram mais de 430 hectares de floresta, lembra a Bloomberg.

Ainda na Península Ibérica, mas em Portugal, mais de 900 bombeiros e 16 aviões de bombardeamento de água ainda combatem dois incêndios florestais que deflagraram no fim-de-semana – em Odemira, a cerca de 200 km ao sul de Lisboa, e Ourém, a cerca de 140 km a norte da capital, detalha a Reuters. As autoridades declararam mais de 120 municípios portugueses em risco máximo de incêndios florestais.

No Chipre, uma força multinacional está ajudando o país a combater os persistentes incêndios florestais. Israel, Líbano, Grécia e Jordânia se uniram no envio de aeronaves para combater o fogo, que queimou quilômetros de terreno montanhoso, de acordo com a AP.

No domingo, a Eslovênia pediu ajuda à União Europeia e à OTAN por causa das inundações que atingem o país, informa o Financial Times. A pior enchente em décadas matou seis pessoas e deixou milhares sem eletricidade, enquanto os rios transbordados na Europa central reduziram a produção de energia hidrelétrica, relata a Bloomberg. As fortes chuvas atingiram cerca de dois terços da nação, destruindo edifícios e pontes e causando danos estimados em US$ 549 milhões, segundo a Reuters.

No norte europeu, o clima tempestuoso na região do Mar Báltico matou pelo menos uma pessoa na 2ª feira (7/8), causou atrasos em voos, suspensão dos serviços de balsa entre os países da região e o descarrilamento parcial de um trem na Suécia, detalha a AP. Autoridades suecas e norueguesas alertaram que pode se tornar o sistema climático mais extremo a atingir a região em décadas, segundo a Reuters.

Em tempo: As regiões central e sul da Itália registraram 7% mais mortes do que o normal em julho após a forte onda de calor que se abateu sobre essas áreas, mostram dados do Ministério da Saúde italiano. O órgão observou os efeitos das temperaturas extremas na taxa de mortalidade do país em julho, em comparação com a taxa média registrada no mesmo período de 2015 a 2019. E observou que temperaturas recordes, de mais de 40oC, causaram mais mortes do que o esperado na população com 75 anos ou mais, informa a Reuters. O aumento da taxa de mortalidade foi particularmente evidente nas cidades do sul, como Bari, Catania e Reggio Calabria.

ClimaInfo, 8 de agosto de 2023.

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