As enchentes mortais ocorrendo no nordeste da China causam uma irritação pública muito poucas vezes observada na população com o governo ditatorial de Xi Jinping.
As chuvas históricas que caíram sobre o nordeste da China, que resultaram em pelo menos 40 mortes confirmadas, não deixaram o governo de Xi Jinping “bem na foto”. Além da lentidão no resgate e na resposta à crise, os chineses estão incomodados com algumas ações prévias à chegada das chuvas que podem ter precipitado um desastre ainda maior nos arredores de Pequim.
A irritação é mais forte na província de Hebei, que cerca a capital chinesa. O NY Times abordou que as autoridades do país tomaram uma série de medidas para diminuir o impacto das chuvas em Pequim, às custas de outras áreas próximas.
Por exemplo, o governo abriu algumas comportas em sete zonas baixas para evitar o transbordamento de rios e reservatórios na capital. No entanto, a ação inundou ainda mais a cidade vizinha de Zhuozhou, que sofreu com uma elevação de até 7 metros no nível da água. A Reuters descreveu a “amargura” que a população local está sentindo com os efeitos das inundações.
Sentindo o dissabor da população, o governo de Xi acionou sua mídia estatal para divulgar a resposta “forte e poderosa” das autoridades chinesas às inundações, destacou a Bloomberg. Entretanto, até o momento, o próprio presidente não deu as caras, o que não ajuda o esforço do governo para “limpar sua barra”.No extremo nordeste chinês, próximo à fronteira com a Coreia do Norte, as fortes chuvas e inundações causaram a morte de pelo menos 14 pessoas. A província de Jilin é a mais atingida, em especial a cidade de Shulan; três autoridades locais estão entre as vítimas fatais, incluindo o vice-prefeito da cidade. Bloomberg, Guardian e Reuters deram mais informações.
ClimaInfo, 8 de agosto de 2023.
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