Indígenas e pequenos agricultores sofrem com ataques de grandes fazendeiros na Amazônia

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Avener Prado / Agência Pública

Dois casos recentes de violência e ameaças a Populações Tradicionais e pequenos agricultores mostram como a disputa fundiária na Amazônia alimenta um clima de terror.

A Agência Pública trouxe o caso de agricultores familiares e ribeirinhos ameaçados por fazendeiros e políticos poderosos no Baixo Rio Madeira, em Porto Velho (RO). “Comigo não vale isso de documento, não. Eu não abro mão dessa área. Vai ser minha”, teria dito o deputado federal José Eurípedes Clemente, vulgo “Lebrão”, ao agricultor João de Mendonça enquanto o ameaçava para deixar a terra. Outras pessoas alegam que o parlamentar utilizou de ameaças e coação para comprar terras a um preço muito abaixo do mercado.

Outro fazendeiro, de nome Guedes Arcanjo Tavares, também estaria recorrendo ao mesmo expediente para expulsar moradores de milhares de hectares em propriedades próximas à de “Lebrão”. As imagens de satélite mostram a consequência desse processo, com a expansão do desmatamento nessas áreas.

Já a Repórter Brasil abordou o atentado contra três indígenas da etnia Tembé em Tomé-Açu, no Pará, na última 2ª feira (7/8). O ataque é mais um capítulo das tensões entre indígenas e o grupo empresarial Brasil BioFuels (BBF) por conta da disputa de terras. A empresa pretende expandir a produção de óleo de palma como matéria-prima para biocombustível de aviação. No entanto, de acordo com indígenas, quilombolas e ribeirinhos locais, as plantações da BBF estão sobrepostas a Territórios Tradicionais.

Os indígenas alvejados foram resgatados e atendidos. No entanto, um deles foi detido pela Polícia Militar do Pará em seguida, ainda no hospital, sob a acusação de causar “dano a um prédio privado”. Lideranças Tembé rejeitam a alegação e acusam a polícia de conivência com os ataques de jagunços da BBF.

Em tempo: O site do Programa Queimadas, do INPE, ficou fora do ar nesta 5ª feira (10/8) depois de um ataque hacker. A ação teria acontecido no final de julho, o que motivou a retirada do acesso público ao sistema para averiguar a situação. De acordo com o INPE, as informações não foram comprometidas e os órgãos governamentais que as utilizam, como é o caso de IBAMA e ICMBio, estão com acesso normal ao sistema. A Folha deu mais informações.

 

ClimaInfo, 11 de agosto de 2023.

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