Crise climática mais que duplicou chances de incêndios florestais no Canadá

incêndios Canadá
Frederic Chouinard /SOPFEU

Condições que provocaram a onda extrema de incêndios florestais no país este ano se tornaram mais prováveis pelas mudanças climáticas causadas pelo homem, apontam cientistas.

As condições meteorológicas que alimentaram incêndios florestais recordes no leste do Canadá no início do verão no Hemisfério Norte se tornaram mais prováveis – ​​e mais intensas – por causa da crise climática. É o que apontam cientistas da iniciativa World Weather Attribution (WWA) – que calcula o papel das alterações climáticas em eventos climáticos extremos.

Os pesquisadores descobriram que as alterações climáticas resultantes da ação humana mais do que duplicaram a probabilidade de condições quentes, secas e de ventos que provocaram os incêndios na província de Quebec, no leste canadense, entre maio e julho. Além disso, informa a CNN, fizeram com que esse clima propenso a incêndios ficasse pelo menos 20% mais intenso.

“A expressão ‘sem precedentes’ não faz justiça à gravidade dos incêndios florestais no Canadá este ano. Do ponto de vista científico, a duplicação do recorde anterior de área queimada é chocante. A mudança climática está aumentando muito a inflamabilidade do combustível disponível para incêndios florestais – isso significa que uma única faísca, independentemente de sua fonte, pode se transformar rapidamente em um inferno ardente”, explicou ao Guardian Yan Boulanger, pesquisador da Natural Resources Canada e parte da equipe de estudo da WWA.

Até o momento, os incêndios florestais devastaram quase 15 milhões de hectares – uma área maior que o território da Grécia, e quase 15 vezes o desmatamento na Amazônia em 2022 – em quase todas as províncias e territórios canadenses, detalha o New York Times. Isso é mais do que o dobro da quantidade de queimadas registrada em qualquer outro ano. Dezenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas. E a fumaça originada no Canadá tornou o ar tóxico em cidades dos Estados Unidos distantes milhares de quilômetros, como Atlanta.

Folha, AP, DW, Carbon Brief, phys.org, npr, ABC, Sky News e CBC destacaram o estudo da WWA.

Em tempo 1: Na Europa, os incêndios florestais que já mataram pelo menos 18 pessoas na Grécia também atingem a Turquia. Bombeiros combateram o fogo no noroeste do país pelo segundo dia na 4ª feira (23/8), com evacuações em massa e até mesmo a suspensão do transporte marítimo no Estreito de Dardanelos, que liga os mares Egeu e de Mármara, informam Reuters e Bloomberg. Mais de 100 cargueiros esperavam para transitar pelo estreito, que foi fechado para permitir que helicópteros e outras aeronaves coletassem água para ajudar a apagar as chamas.

Em tempo 2: Em Maui, no Havaí, funcionários que supervisionam o esforço para identificar as vítimas dos incêndios florestais que devastaram a ilha disseram na 3ª feira (22/8) que 1.000 a 1.100 pessoas permanecem desaparecidas, e que algumas delas podem nunca ser encontradas, informa o New York Times. O chefe da polícia de Maui, John Pelletier, disse que as autoridades esperavam tornar públicos os nomes dos desaparecidos nos próximos dias para tentar restringir a busca.

 

ClimaInfo, 24 de agosto de 2023.

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