Londres se prepara para expandir restrições a carros poluentes

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A partir desta 3ª feira (29/8), os proprietários de veículos mais poluentes irão pagar uma taxa para conduzir em qualquer lugar da capital da Inglaterra.

As Zonas de Emissões Ultra Baixas (Ulez, na sigla em inglês) passarão a cobrir toda a Grande Londres a partir da próxima 3ª feira. A Ulez existe desde 2019 para combater a poluição do ar. Assim, carros e vans que não atendem a certos padrões de emissões (Euro 4 para gasolina e Euro 6 para diesel) têm de pagar uma taxa de £12,50 para circular na zona, detalha o Independent.

A medida, porém, é controversa, tanto por ainda haver dúvidas quanto à sua efetividade na redução de emissões como por seus impactos econômicos para os moradores da Grande Londres, relata o Guardian. No sábado (26/8), manifestantes se reuniram no sul de Londres para protestar contra a expansão da zona, informa o Evening Standard.

Em meio a temores de mais protestos e vandalismos, a Polícia de Londres prometeu investir “recursos consideráveis” na proteção da expansão da Ulez. Enquanto isso, o prefeito da cidade, Sadiq Khan, defende ferozmente a política, dizendo agir para combater o “ar tóxico” e evitar que as crianças da capital “crescessem com pulmões atrofiados”, relata o Guardian.

Desde a implementação da primeira Ulez, no centro de Londres, as emissões de óxido e dióxido de nitrogênio em toda a cidade caíram 23%, segundo a prefeitura. Segundo o Guardian, com a taxa de congestionamento de 2003 e zonas de baixas emissões menos rigorosas em toda Londres, implantadas em 2008, a Ulez reduziu a probabilidade de problemas de saúde a longo prazo em 22,5%, outros problemas de saúde em 29,8% e o número de licenças por doença em 17,7%, mostra um estudo da Universidade de York.

Há fortes evidências de que a poluição do ar pode prejudicar a saúde humana, lembra a BBC. O governo britânico considera este o maior risco ambiental para a saúde pública. Altos níveis de poluentes atmosféricos podem causar e piorar problemas respiratórios e afetar pessoas com problemas cardíacos. E uma importante fonte desses poluentes é o transporte rodoviário.

Em tempo: Os países europeus enfrentam dificuldades para persuadir as pessoas a trocarem seus carros a combustíveis fósseis por veículos elétricos, que ainda são bem mais caros que seus similares a combustão. A Europa vende hoje 10 vezes mais carros elétricos do que há seis anos, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), mas a substituição está lenta demais para que o continente cumpra seus objetivos climáticos, destaca o Guardian. “Não basta apenas incentivar a compra de veículos elétricos. Você também precisa desincentivar a compra de carros convencionais”, avalia Julia Poliscanova, analista do grupo Transporte e Meio Ambiente.

 

ClimaInfo, 28 de agosto de 2023.

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