Queimadas na Amazônia caem quase 50% em agosto, mostra INPE

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Araquém Alcântara / WWF-Brasil

Número de focos de calor registrados em agosto está entre os menores da última década. Foi o segundo mês do ano com queda, mostra instituto.

A Amazônia registrou pouco mais de 17 mil focos de calor no mês passado, quantidade 47,5% menor do que a registrada em igual mês de 2022, quando o INPE, responsável pela medição, computou 33 mil focos. O valor apurado pelo instituto também é  35% inferior à média para o mês – 26,5 mil focos.

Foi o terceiro menor número dos últimos dez anos, destaca ((o))eco, atrás apenas de agosto de 2013 (9,4 mil focos) e de 2018 (10,4 mil). Nos quatro anos anteriores (2019 a 2022), o número de focos em agosto no bioma chegou a cerca de 30 mil.

Desde janeiro deste ano, somente em maio o número de queimadas foi menor em comparação a igual mês de 2022. Nos demais meses, o número apresentou alta.

O estado que mais queimou em agosto foi o Pará, com 6. 725 focos. Depois vieram Amazonas (5.474 focos), Mato Grosso (2.626), Rondônia (1.715) e Acre (1.388).

No Amazonas, houve queda de 32,55% no número de focos de calor em agosto, destaca o g1. No entanto, na 6ª feira (1º/9), a fumaça de incêndios de grandes proporções em Autazes e Careiro da Várzea, no interior do estado, invadiu a capital, Manaus, informa o Amazônia Real.

“São muitos focos em Autazes e no sul de Careiro da Várzea, com vento soprando de sul-sudeste para norte-noroeste em direção a Manaus. Direção da trajetória parecida com a da pluma saindo dos focos do município de Manaquiri e chegando em Manacapuru”, explica o coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais por Satélites do INPE, Alberto Setzer.

As queimadas na Amazônia costumam ser maiores nesse período devido à seca na região. Com as mudanças climáticas e o El Niño, a preocupação aumenta, com os criminosos aumentando sua atuação. Um exemplo ocorreu nesse fim de semana na Terra Indígena Zoró, em Rondônia. Em sobrevoo na região durante a Operação SOS Zoró, a Polícia Federal encontrou desmatamento e queimadas na área de preservação, relata o g1. Foram identificados vários pontos de desmatamento, como corte raso, e uma grande área de queimadas também foi observada pelos agentes, com terrenos completamente destruídos pelo fogo.

Em tempo 1: O Cerrado também registrou queda nos focos de calor em agosto, de 35% sobre igual mês de 2022, destaca ((o))eco. Foram registrados 6.850 focos, o segundo menor valor de toda a série histórica do INPE, iniciada em 1998, acima apenas de agosto de 2009, quando foram registrados 6.492 focos.  A marca também é 50% menor do que a média para o mês (13.898). Apesar da queda, a ainda crescente destruição do bioma tem ganhado cada vez mais atenção do governo federal e também de pesquisadores. Cientistas do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) estão implantando dispositivos subcutâneos de monitoramento de frequência cardíaca em lobos-guará, os maiores canídeos da América Latina e uma marca da fauna do Cerrado. O objetivo é mapear os níveis de estresse causados por uma paisagem dominada pela destruição e pela ocupação humana, explica o Mongabay.

Em tempo 2: Sete pesquisadores lançaram um projeto para divulgar em tempo real possíveis ilícitos ambientais em Terras Indígenas. O IndiMap é uma plataforma desenvolvida no âmbito do mestrado profissional em Tecnologia da Informação do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e tem como foco o acesso mais célere a esse tipo de informação e o consequente combate a queimadas e desmatamentos ilegais nos territórios. O projeto tem como diferencial a possibilidade de integrar diversas fontes de dados abertas sobre questões geoespaciais para gerar a plataforma web e assim monitorar as Terras Indígenas 24 horas por dia, explica o g1.

 

ClimaInfo, 5 de setembro de 2023.

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