Ambição a conta-gotas: países do G7 se comprometem a fechar usinas a carvão até 2035

1 de maio de 2024
G7 combustíveis fósseis
Greenpeace.org

A meta foi vista por especialistas como insuficiente para cortar emissões de carbono na velocidade e na dimensão necessárias para manter o aquecimento em 1,5ºC. 

Too little, too late. Foi assim que o Greenpeace e outras organizações da sociedade civil, além de especialistas em clima, receberam o compromisso do G7, grupo das sete maiores economias do mundo, de acabar com o uso de carvão mineral para geração de energia até meados da próxima década.

A proposta, apresentada na última 3ª feira (30/4) depois do encontro de ministros de clima do G7 em Turim, na Itália, foi vista como insuficiente para fazer qualquer diferença na luta para manter o aquecimento global em, no máximo, 1,5ºC neste século, como definido pelo Acordo de Paris.

A decepção foi generalizada, já que havia alguma expectativa de que o grupo, sob pressão da ONU e do G20, assumisse um papel mais proativo nas negociações atuais sobre clima. A proposta, no entanto, assegura aos países desenvolvidos um prazo maior do que o que a ciência recomenda para acabar com o uso de carvão.

Como assinalado por Climate Home, uma análise recente da Climate Analytics destacou que os países do G7 precisam eliminar gradualmente o consumo de carvão para geração de energia até 2030 e do gás até 2035. O compromisso do G7 atrasa o cronograma para o fim da energia a carvão em cinco anos e sequer cita o consumo de gás fóssil.

A timidez do G7 não se limita à questão do carvão. Na questão do financiamento climático, item crucial da agenda de negociação multilateral neste ano, o bloco se resumiu a platitudes e não sinalizou nada novo para destravar novos fluxos de financiamento aos países em desenvolvimento. A transição energética foi outro assunto desperdiçado pelo grupo das nações mais ricas do planeta.

“O G7 parece querer fugir para a frente, ao reforçar o papel de soluções falsas como gás fóssil e tecnologias de captura e armazenamento de carbono, que essencialmente permitem à indústria fóssil das nações ricas continuar operando como se houvesse amanhã”, criticou Claudio Angelo, do Observatório do Clima.

AFP, Associated Press, CNN, Euronews, Financial Times, Guardian, Independent e Reuters, entre outros, destacaram o anúncio do G7 e a frustração de ativistas e especialistas em clima. No Brasil, a notícia saiu em veículos como CartaCapital, epbr, Folha e Valor.

 

ClimaInfo, 2 de maio de 2024.

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