Clima extremo: tempestades deixam 10 mortos e 21 desaparecidos no RS

clima extremo Rio Grande do Sul
Reprodução/Instagram - 30.abr.2024

Rio atmosférico transporta grande quantidade de umidade da Amazônia pelo interior do continente até o estado e favorece precipitações excessivas a extraordinárias por dias seguidos.

Enquanto o centro do país “ferve” por causa de uma nova onda de calor, fortes chuvas atingem o Rio Grande do Sul e vêm deixando um rastro de morte e destruição. De 2ª feira (29/4), quando os temporais começaram, até o início da tarde de 4ª feira (1/5), o estado registrou 10 mortos e 21 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha. E as tempestades vão continuar.

As mortes aconteceram em 8 municípios, segundo o UOL. Além dos mortos e desaparecidos, havia 11 feridos, 1.145 desabrigados e 1.431 desalojados até ontem, quando 104 cidades gaúchas tinham sido afetadas pelas precipitações.

Na 3ª feira (30/4), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que o acumulado de chuvas em abril poderia passar de 800 mm em algumas regiões do estado. A média para o mês é de 160 mm, segundo Leite, mas em algumas áreas já havia o registro de mais de 300 mm de chuva, informa a CNN.

Uma cena impressionante, reproduzida por Metrópoles, Poder 360 e g1, ocorreu na cidade de Santa Tereza, a cerca de 160 km de Porto Alegre. Uma transmissão ao vivo no Instagram realizada pela prefeita Gisele Caumo (PP) para alertar sobre o temporal registrou o momento em que uma ponte foi levada pela força da correnteza do rio Arroio Marrecão, que atravessa a cidade.

Segundo Leite, o cenário no Rio Grando do Sul se assemelhava ao de novembro do ano passado, relata o g1. Na época, as chuvas causaram transtornos de forma esparsa e 5 mortes, diferente das enchentes de setembro – que resultaram no maior desastre natural da história gaúcha, com mais de 50 mortes.

De acordo com o MetSul, um corredor de umidade está transportando grande quantidade de umidade da região amazônica pelo interior do continente até o território gaúcho, favorecendo precipitações de excessivas a extraordinárias por dias seguidos. A massa de ar seco e quente que persiste e gera a onda de calor no centro do país faz com que a umidade amazônica seja canalizada por áreas do interior da América do Sul, atingindo em cheio o Rio Grande do Sul.

 

ClimaInfo, 2 de maio de 2024.

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