Sede da cúpula do G20, Nova Déli prevê setembro mais quente desde 1938

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Mundi

Onda de calor promete bater recordes de temperatura este mês na capital da Índia. Já Xi Jinping indica que não participará do encontro do G20.

Os líderes das 20 maiores economias do mundo serão recebidos em Nova Déli, na Índia, por um calor digno do clima caótico que estamos enfrentando. Impulsionada por uma onda de calor, a expectativa é de que setembro bata todos os recordes históricos de temperatura alta para o mês no país asiático.

Segundo a Bloomberg, os termômetros bateram os 40oC na última 2ª feira (4/9) na capital indiana, o dia mais quente para o mês de setembro em 85 anos. O calor mais intenso acontece em meio a uma temporada de monções abaixo do normal, com o agosto mais seco em mais de um século.

O calor extremo tem sido cada vez mais frequente no subcontinente indiano, como em outras partes do mundo. O Washington Post destacou uma análise feita pela organização Carbon Plan que projetou a quantidade de dias com temperaturas extremas esperadas em diversos países para o ano de 2050.

Nova Déli está entre os pontos do globo com um aumento substancial no número de dias sob calor perigoso, com 153 dias por ano. Lagos, na Nigéria, país que deve experimentar a maior explosão demográfica das próximas décadas, o número de dias com calor extremo pode ser ainda maior, de 181 dias por ano. Mas a brasileira Belém do Pará, sede da COP30 em 2025, deixa essas cidades “comendo poeira”, com a expectativa de 222 dias por ano com temperaturas extremamente altas.

Ironicamente, a Índia está apelando para o carvão para manter a geração de energia em meio à onda de calor. Segundo a Reuters, o país intensificou o uso do combustível fóssil para compensar a menor produção hidrelétrica e manter o atendimento à demanda de energia durante o período de calor.

Enquanto isso, na seara política, o presidente da China, Xi Jinping, indicou que não deverá participar da cúpula do G20 na Índia. A ausência é o maior baque ao esforço indiano para emplacar iniciativas de seu interesse durante sua presidência do grupo.

As relações indo-chinesas não passam por um bom momento. Além de conflitos territoriais na fronteira entre os dois países, Pequim e Nova Déli discordam sobre a estratégia dos países emergentes para reivindicar mais espaço na política internacional. Enquanto o indiano Narendra Modi quer impulsionar o G20 sob sua presidência, Xi pretende minimizar a importância do grupo em contraste com outras iniciativas emergentes, como o BRICS recém-ampliado. Associated Press, Guardian e NY Times repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 6 de setembro de 2023.

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