A maioria das 160 empresas associadas já realizou análise de risco sobre a crise climática, mas poucas olham a Amazônia como parte relevante do problema.
Uma pesquisa feita pelo Pacto Global da ONU no Brasil com 160 empresas associadas mostrou que a maior parte delas (59%) já fez ao menos análise de risco de sua operação diante da crise climática. Porém, são poucas as que já olharam para a Amazônia como parte relevante da questão, por ser um dos principais reguladores climáticos do planeta.
Para mudar esse cenário, a organização lançou na 5ª feira (14/9), durante seu evento SDGs Brazil na sede da ONU em Nova York (EUA), o Movimento Impacto Amazônica. É a nona ação do programa Agenda 2030, na qual o Pacto Global elenca pautas prioritárias para empresas se engajarem, explica o Valor.
O Impacto Amazônia não foca apenas em empresas que atuam no bioma. Segundo Camila Valverde, COO e Diretora de Impacto do Pacto Global da ONU no Brasil, o objeto principal é quem está fora da região, mas que pode estar contribuindo para o desmatamento no local, ainda que não intencionalmente.
A pesquisa mostrou números preocupantes. Apenas um terço das empresas possui algum mecanismo de garantia da origem dos insumos ou produtos, como sistema de rastreabilidade, certificação de origem ou alguma tecnologia que evidencie a fonte do produto. E 65% delas não incluiu, em seus contratos com fornecedores, cláusulas referentes ao compromisso com o não desmatamento da Amazônia.
Além do setor privado, o Pacto Global contatou organizações da sociedade civil e firmou parceria com o Ministério Público Federal para formar grupos de trabalho que vão ajudar a desenvolver soluções para os problemas críticos da Amazônia.
Em tempo: Cerca de mil drones iluminaram o céu de Manhattan, em Nova York, na noite de 6ª feira (15/9), em ato em defesa da Amazônia. O show de luzes foi realizado por ativistas em defesa do meio ambiente durante uma apresentação do DJ Alok, dias antes do discurso do presidente Lula na 78ª Assembleia-Geral da ONU, informam Folha, g1 e Estadão. Os drones sincronizados formaram figuras de animais da fauna amazônica, como o boto-cor-de-rosa e a onça pintada, bem como a árvore Sumaúma, o mapa do Brasil e um globo de luzes vermelhas – representando o fogo – com os dizeres “Amazônia queima, o mundo queima”.
ClimaInfo, 18 de setembro de 2023.
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