Países ricos precisam apoiar os pobres contra a crise climática, defende Lula na ONU

Lula ONU Climate Week 2023
Ricardo Stuckert /PR

Presidente Lula reestreia na ONU com defesa da democracia e do combate à fome e cobrando mais ação dos países ricos em prol do clima. 

Duas décadas após seu primeiro discurso como presidente do Brasil na Assembleia Geral da ONU, Lula abriu nesta 3a feira (19/9) mais uma edição do evento. A fala do presidente em Nova York seguiu à risca o roteiro de declarações recentes, sem improvisos escorregadios. Mesmo sem “emoções fortes”, como o Observatório do Clima assinalou, o discurso de Lula foi um bálsamo depois das mentiras e atrocidades cometidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro naquela tribuna nos últimos quatro anos.

Em cerca de 15 minutos, Lula destacou a defesa da democracia contra um “nacionalismo primitivo, conservador e autoritário” e recuperou bandeiras antigas, como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e mais participação aos países pobres e emergentes na governança global. Ele repetiu o que se tornou um verdadeiro mantra da diplomacia brasileira neste ano – “o Brasil está de volta”.

As questões de meio ambiente e clima também foram abordadas pelo presidente, em especial a necessidade de avanços no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no financiamento da ação climática nos países mais pobres.

“Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade. A promessa de destinar 100 bilhões de dólares – anualmente – para os países em desenvolvimento permanece apenas isso, uma promessa. Hoje esse valor seria insuficiente para uma demanda que já chega à casa dos trilhões de dólares”, disse Lula.

O presidente também destacou as medidas recentes tomadas pelo governo, como o Plano de Transformação Ecológica, no âmbito do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e as ações de combate ao desmatamento. Ao citar a queda de 48% na taxa de desmate na Amazônia, Lula foi aplaudido pelos demais chefes de estado e representantes diplomáticos no plenário da ONU – uma cena impensável no governo passado.

O discurso de Lula foi destacado por diversos veículos, como Agência Brasil, CNN Brasil, Estadão, Folha, g1, Metrópoles, O Globo, UOL, Valor e VEJA, entre outros.

Em tempo: A Reuters antecipou que o presidente Lula deve anunciar durante a Cúpula sobre Ambição Climática, que acontece em paralelo à Assembleia Geral da ONU em NY, a revisão das metas climáticas do Brasil para o Acordo de Paris. De acordo com a reportagem, o governo pretende instituir um limite anual de 1,32 gigatoneladas de CO2 equivalente até 2025, equivalente a uma redução de 50% em relação a 2005. Para 2030, a ideia é limitar as emissões do Brasil em 1,20 gigatoneladas de CO2 equivalente, o que representaria um corte de 53% em relação a 2005.

 

ClimaInfo, 20 de setembro de 2023.

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