Barranco desaba por causa da seca, destrói vila, mata e desaloja no Amazonas

2 de outubro de 2023
desbarrancamento Amazonas
Divulgação

Foram mais de 40 casas destruídas, 200 pessoas afetadas, a morte de duas pessoas confirmadas e quatro desaparecidos na cidade de Beruri, interior do Amazonas.

Barrancos na vila de Arumã, em Beruri, município localizado a 173 km de Manaus, no Amazonas, cederam no início da noite de sábado (30/9). Pelo menos duas pessoas morreram, 4 estão desaparecidas e outras 10 ficaram feridas. Cerca de 200 moradores da comunidade permanecem desabrigados.

A vila “sumiu do mapa”, destaca o Metrópoles. As imagens aéreas da destruição são impressionantes. Ao todo, foram mais de 40 casas afetadas. Antes da devastação, Arumã era repleta de vida e tinha um pequeno porto e orla. Agora, o cenário é inóspito e repleto de lama.

Segundo a Polícia Militar que atua no levantamento de dados junto com a Defesa Civil de Beruri, escola, posto médico, igrejas e um espaço para eventos também foram destruídos. Mergulhadores e especialistas habilitados em resgate em áreas colapsadas foram enviados para o local, informa o g1.

As atividades de socorro contam com reforço de equipes do Corpo de Bombeiros, Instituto Médico Legal (IML) e Fundação de Vigilância de Saúde, além de servidores das secretarias de Assistência Social, de Saúde e de Direitos Humanos e Cidadania. De acordo com o Poder 360, foram distribuídas cestas básicas para as famílias afetadas pela tragédia.

O fenômeno é conhecido na região como “terras caídas” e consiste no deslizamento de barrancos nas margens dos rios, ocorrendo principalmente nos períodos de seca, como o atual. O deslizamento acontece quando a água causa erosão nas margens dos rios e abre extensas “cavernas subterrâneas”, até que uma ruptura provoque a queda do terreno, que é tragado pelas águas, explica A Crítica.

Correio Braziliense, BNC Amazonas e Diário de Pernambuco também noticiaram o desbarrancamento na vila de Arumã. Imagens podem ser vistas na matéria do Jornal Hoje, da TV Globo.

Em tempo 1: Pesquisadores que buscam respostas para a mortandade de 110 botos e tucuxis no lago Tefé, em meio ao agravamento da seca na Amazônia, vêm encontrando dificuldades para enviar material biológico a centros de pesquisa em Manaus e São Paulo. A análise do material permitirá saber o que ocorreu e guiará a tomada de decisões diante do risco de novas mortes, destaca a Folha. Há cancelamento de voos comerciais, recusa de transporte de material biológico e falta de espaço em aeronaves. Por água, grandes embarcações não estão entrando na área da cidade, em razão da seca dos rios. Lanchas rápidas para Manaus estão gastando até 40% a mais de tempo por causa do esvaziamento dos rios.

Em tempo 2: A seca histórica no rrio Madeira, em Rondônia, paralisou a hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do país. Responsável pela usina, a Santo Antônio Energia informou, nesta 2ª feira (2/10), a suspensão momentânea das operações da planta, e não há previsão de quando ela voltará a operar. Segundo o anúncio da empresa, os níveis de vazão do rio estão 50% abaixo da média histórica. É a segunda vez que a UHE Santo Antônio para totalmente. A primeira foi em 2014, mas durante a cheia histórica do rio Madeira, relata o g1.

Em tempo 3: A área afetada pela seca no Pará avançou de 48% para 59% entre julho e agosto, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O levantamento da autarquia revela que 734.573 km² do território estão enfrentando condições de seca fraca ou moderada. É a maior área atingida pelo fenômeno desde que o estado passou a ser coberto pelo estudo, em abril. De acordo com a ANA, a piora da condição é resultado da baixa ocorrência de chuvas nos últimos meses. Com isso, houve um avanço da seca fraca no nordeste, no leste e no centro do Pará e da seca moderada no noroeste. A área de seca moderada, por exemplo, passou de 9% para 12% do território paraense, detalha o Pará Terra Boa.

 

ClimaInfo, 2 de outubro de 2023.

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