Seca amazônica “desliga” linhão do Madeira e hidrelétricas e faz governo acionar termelétricas

linhão do Madeira
Divulgação

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) cogita desligar uma das quatro hidrelétricas do Amapá, enquanto governo dá sinal verde para acionar termelétricas no Norte.

A forte seca que atinge boa parte da Amazônia pode forçar o desligamento de pelo menos uma das quatro hidrelétricas em operação no Amapá. Segundo o diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, o governo acompanha a situação das usinas de Santo Antônio do Jari, Ferreira Gomes, Cachoeira Caldeirão e Coaracy Nunes e, dependendo da queda no nível dos rios onde estão instaladas, pode desligar uma delas.

“No Amapá, temos questão de restrição hídrica principalmente para uma das usinas que fazem o atendimento local. Essa usina está em funcionamento, mas o nível está [chegando a um patamar] preocupante”, disse Ciocchi na última 4ª feira (4/10) durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. 

A priori, segundo o chefe do ONS, o fornecimento de energia não será comprometido no Amapá, que está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). No entanto, em decisão emergencial, o CMSE aprovou o acionamento das termelétricas Termonorte I e II, em Porto Velho (RO), para garantir o fornecimento elétrico para os estados do Acre e Rondônia.

Ao mesmo tempo, a usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, seguirá operando mesmo com o nível mais baixo do rio Madeira. Segundo informou o Valor, a energia produzida que antes era destinada para o consumo do Sudeste está sendo despachada localmente para o subsistema Acre-Rondônia. Com isso, o “linhão” do rio Madeira, o maior do país, teve sua operação temporariamente suspensa, excluindo as usinas do Madeira do SIN.

Mesmo com a crise hídrica no Norte e acionamento de usinas termelétricas, a promessa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é de que as contas de luz seguirão sob bandeira verde e sem cobrança extra até ao menos o final do ano.

Agência Brasil, Estadão, Folha, g1, Metrópoles, Poder360 e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 6 de outubro de 2023.

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