Ministério dos Povos Indígenas disse que o governo catarinense não cumpriu contrapartidas pactuadas com lideranças do Povo Xokleng, em meio ao imbróglio envolvendo a barragem.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) disse que Ministério Público Federal (MPF) vai apurar a ação da Polícia Militar de Santa Catarina em uma aldeia da Terra Indígena Laklanõ Xokleng, em José Boiteux, onde houve um conflito em função do fechamento de uma barragem dentro do território. Três indígenas foram baleados.
O fechamento da barragem estava autorizado pela Justiça Federal e havia sido acordado com lideranças Xokleng. No entanto, a comunidade foi surpreendida pela chegada dos policiais no sábado (7/10) para o “cumprimento da decisão antes mesmo do cumprimento do acordo acertado com as autoridades”, informa o g1. Isso “teria gerado insatisfação e protestos dos indígenas, que foram reprimidos pela polícia do estado”, destaca o MPI.
O ministério disse ainda que o governo catarinense não cumpriu as contrapartidas pactuadas com líderes Xokleng, relatam Agência Brasil e Carta Capital.
O governo estadual afirmava que o fechamento das comportas era necessário para responder às fortes chuvas que caíram sobre o estado nos últimos dias. Os Xokleng, no entanto, temiam que a operação alagasse suas aldeias.
No fim da tarde de domingo, as duas comportas da barragem, abertas há mais de uma década, foram fechadas, segundo o g1. A expectativa era ajudar a represar parte da água do rio Itajaí-Açu, minimizando os alagamentos em Blumenau, principal cidade da região, que decretou estado de emergência.
Segundo a Folha, um dos indígenas feridos no confronto foi atingido por uma bala de borracha no rosto, acima do olho esquerdo. Outro foi baleado com um tiro de arma de fogo. Não foram divulgadas informações do estado de saúde dos dois. Lideranças Xokleng disseram que outros três indígenas foram feridos no episódio, mas, segundo a Polícia Militar, o confronto foi pontual.
g1 e Estadão também noticiaram o conflito por causa da barragem.
ClimaInfo, 10 de outubro de 2023.
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