Banco Mundial aprova reformas verdes e cobra mais recursos de países ricos

Banco Mundial novo presidente
Franz Mahr / World Bank

Novo presidente do Banco Mundial se compromete com novas medidas para ampliar e facilitar o financiamento para projetos de ação climática nos países em desenvolvimento.

Em sua reunião anual em Marrakech, no Marrocos, a direção do Banco Mundial aprovou na semana passada uma série de medidas para reformar o financiamento para a ação climática, com mais recursos e menos burocracia e restrições de acesso aos países em desenvolvimento. Mas um problema segue na mesa sem solução imediata: de onde tirar esse dinheiro.

Entre as medidas aprovadas, está a mudança na declaração de visão do Banco Mundial, que tem agora como objetivo “acabar com a pobreza” em um “planeta habitável”. A nova visão incorpora ao mandato da instituição o enfrentamento à mudança climática, o que antes era tido como uma missão subsidiária nos esforços de combate à pobreza. 

“Esta visão e missão testarão a sinceridade da nossa ambição – colocam-nos numa jornada que exigirá parcerias reinventadas, uma nova maneira de trabalhar e de pensar, um plano inovador para escalar e replicar, recursos adicionais, e otimismo sobre o que é possível”, afirmou Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, em seu primeiro discurso de destaque desde que assumiu o posto em julho passado.

A própria chegada de Banga é um reflexo da pressão dos países por reformas no Banco Mundial. O presidente anterior, David Malpass, fez declarações de negacionismo da mudança climática e era visto com desconfiança por conta de sua conexão com o ex-presidente dos EUA Donald Trump, que o indicou. A gestão de Joe Biden pressionou por uma mudança no comando da instituição como uma maneira de injetar urgência nessas reformas.

O envolvimento maior do Banco Mundial é uma das propostas defendidas pelos países desenvolvidos para ampliar e diversificar as fontes de financiamento climático, mas a própria instituição sinaliza que sua capacidade para enfrentar a crise climática é limitada.

“O Banco Mundial é apenas um instrumento que reflete a ambição dos nossos acionistas. O progresso que aspiramos alcançar exige que nossos recursos e capital sejam proporcionais à nossa visão”, disse Banga, deixando claro que a instituição espera que os países ricos destinem mais recursos para viabilizar novos projetos.

O Climate Home abordou as principais decisões do Banco Mundial em sua reunião anual no Marrocos.

 

ClimaInfo, 18 de outubro de 2023.

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