Com Sonia Guajajara, pela 1ª vez na história o Brasil é liderado numa negociação climática por uma representante indígena

Sonia Guajajara COP28 negociações
Instagram @guajajarasonia

Sonia participou da Mesa Ministerial de Alto Nível Sobre Transição Justa, que discutiu ações para catalisar uma transição justa nas áreas energética, socioeconômica e laboral.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, assumiu no domingo (3/12) a chefia da delegação do Brasil na COP28. É a primeira vez que uma representante dos Povos Originários lidera a equipe brasileira numa conferência do clima, ineditismo que ganha ainda mais valor por se tratar de uma liderança feminina.

“Lembro da primeira COP que participei, em 2009. Não passávamos de cinco representantes indígenas brasileiros. Hoje, estamos assumindo as negociações e a liderança do Brasil no evento. Os Povos Indígenas são protagonistas da luta pelo clima!”, disse Sonia em post no Instagram.

É a maior delegação brasileira da história das COPs. Além disso, o grupo também registra o maior número de indígenas a participar de uma conferência climática, destaca a Mídia Ninja.

Sonia Guajajara substituiu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que foi à Alemanha para cumprir agenda oficial. No primeiro dia à frente da delegação, a ministra dos Povos Indígenas participou de quatro importantes eventos, com destaque para a Mesa Ministerial de Alto Nível Sobre Transição Justa, que reuniu ministros e representantes de países para discutirem ações prioritárias para catalisar uma transição justa nas áreas energética, socioeconômica, laboral e outras dimensões para conter o aquecimento global até 2030.

Em tempo 1: Primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais, Célia Xakriabá (PSOL) lançou em Dubai uma bancada parlamentar internacional fincada em pautas ambientais. Inaugurada com 23 nomes, a meta da “Bancada do Planeta” é chegar a 200 até a COP30, em 2025, em Belém, informam DW, UOL e IstoÉ Dinheiro. “Este é um chamado, um convite para cuidar não só da Amazônia, mas de toda a biodiversidade”, disse a deputada.

Em tempo 2: Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, morreu no domingo (3/12), aos 63 anos, por complicações relacionadas ao diabetes, no Quilombo Saco-Curtume, em São João do Piauí (PI). Escritor, pensador, professor e ativista social, Nêgo Bispo era um dos maiores intelectuais quilombolas do país. Ativista político e militante no movimento Quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Escreveu artigos e livros sobre a história de resistência do povo negro e elaborou o conceito de contracolonialismo. Sua morte foi noticiada por g1, UOL, Brasil de Fato, Estadão e Mídia Ninja.

 

ClimaInfo, 5 de dezembro de 2023.

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